David Harsent vence prémio T. S. Eliot

Fire Songs, do poeta e argumentista David Harsent, ganhou o prémio T. S. Eliot no ano em que se comemora o cinquentenário da morte do poeta de Waste Land.

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A presidente do júri que lhe atribuiu o prémio T. S. Eliot, a poeta e ficcionista Helen Dunmore, descreveu-o como “um poeta para dias escuros e perigosos” e afirmou que Harsent “trabalha a linguagem e a emoção com brilhantismo técnico e poder visionário”.

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A presidente do júri que lhe atribuiu o prémio T. S. Eliot, a poeta e ficcionista Helen Dunmore, descreveu-o como “um poeta para dias escuros e perigosos” e afirmou que Harsent “trabalha a linguagem e a emoção com brilhantismo técnico e poder visionário”.

Professor de escrita criativa na Universidade de Roehampton, em Londres, Harsent, nascido em 1942, é também autor de vários romances policiais, com os pseudónimos Jack Curtis e David Lawrence, colaborou em óperas do compositor Harrison Birtwistle, e escreveu argumentos para televisão, sendo designadamente autor de cinco episódios da série policial Midsommer Murders.

O crítico Adam Newey, do jornal inglês The Guardian, descreveu Fire Songs como “um fluxo de visões oníricas e febris de um apocalipse provocado pela guerra, por catástrofes ambientais ou pela ilimitada capacidade da espécie humana para se iludir e atormentar”. Ainda assim, o livro “é estimulante, e não deprimente”, garante a crítica Fiona Sampson no The Independent.

Harsent venceu num ano especial, já que, em comemoração do cinquentenário da morte de T. S. Eliot (1888-1965), a dotação pecuniária do prémio foi aumentada para 20 mil libras (um pouco mais de 25 mil euros), sem contar com as 1500 libras (quase dois mil euros) atribuídas a cada um dos nove restantes finalistas.

E David Harsent enfrentava concorrentes difíceis, incluindo anteriores vencedores do prémio, como Hugo Williams, que o ganhou em 1999, Michael Longley, vencedor no ano seguinte, ou John Burnside, cujo Black Cat Bone foi o livro escolhido em 2011.

Organizado pela Poetry Book Society e destinado a premiar anualmente o melhor livro de poesia inglesa inédita, o prémio T. S. Eliot foi lançado em 1993 pela viúva do poeta de Waste Land, Valerie Eliot.