Kiev e separatistas do Leste trocam prisioneiros

Acordo foi alcançado em Minsk onde esta sexta-feira foi cancelada uma outra ronda negocial

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Tropas ucranianas perto da região de Donetsk SERGEI SUPINSKY/AFP

Esta troca, testemunhada por um jornalista da AFP, começou com grupos de dez presos na localidade de Kostiantinivka (45 quilómetros a norte do bastião rebelde de Donetsk) e deverá abranger nos próximos dias um total de 222 rebeldes e 150 ucranianos.

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Esta troca, testemunhada por um jornalista da AFP, começou com grupos de dez presos na localidade de Kostiantinivka (45 quilómetros a norte do bastião rebelde de Donetsk) e deverá abranger nos próximos dias um total de 222 rebeldes e 150 ucranianos.

Os prisioneiros, vestidos à civil, estavam alinhados, uns de frente para os outros, a 100 metros de distância. No local estavam presentes vários representantes da OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa) para assistir à cena coreografada: representantes de Kiev e dos separatistas leram bem alto os nomes dos prisoneiros, um a um, antes de estes avançarem em direcção um ao outro, passando para os respectivos lados.

Para esta sexta-feira estava prevista uma nova ronda negocial em Minsk, que acabou por ser cancelada sem que tenha sido avançada nova data para o retomar das negociações.

A provocar o impasse estão as reivindicações dos separatistas pró-russos, que exigem o restabelecimento do financiamento das zonas que controlam (nas regiões de Donetsk e Lugansk) e que foi cortado por Kiev em meados de Novembro; e também a atribuição de um “estatuto especial” a estas regiões, dando-lhes mais autonomia.

Este “estatuto especial” está previsto nos acordos assinados em Minsk em Setembro mas, segundo Kiev e as potências ocidentais, foi posto em causa quando os rebeldes organizaram eleições para os seus governos locais à revelia do governo ucraniano, que exige a anulação do escrutínio “ilegal”.