Jihadistas não abateram avião jordano, dizem EUA

Pai confirma identidade do piloto refém, enquanto Jordânia e EUA dizem que a queda do avião foi um acidente e não consequência de um ataque do Estado Islâmico.

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Imagem do local onde caiu o avião da Força Aérea da Jordânia AFP

Entretanto o pai do piloto jordano confirmou a sua identidade depois de o piloto ter aparecido num vídeo divulgado pelo grupo jihadista, e fez um apelo aos captores para tratarem o seu filho como “um convidado”.

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Entretanto o pai do piloto jordano confirmou a sua identidade depois de o piloto ter aparecido num vídeo divulgado pelo grupo jihadista, e fez um apelo aos captores para tratarem o seu filho como “um convidado”.

Moaz Youssef al-Kasasbeh, 27 anos, tenente há seis anos na Força Aérea da Jordânia, cumpria fervorosamente a sua missão, contou um amigo. O piloto sentia que tinha um dever religioso de lutar contra grupos extremistas que, em sua opinião, estavam a “distorcer o verdadeiro espírito do islão”.

Kasasbeh  é o primeiro refém da coligação liderada pelos EUA que leva a cabo ataques aéreos contra os extremistas desde Setembro. Participam ou apoiam a acção a Arábia Saudita, Qatar, Bahrein e os Emirados Árabes Unidos.

Entre as imagens divulgadas pelos jihadistas está uma em que o piloto, de t-shirt branca, é levado para fora de água por combatentes armados, e outra mostra-o em terra rodeado por combatentes de uniformes militares e armados com espingardas.

A Jordânia, que tinha dito inicialmente que o F16 tinha sido atingido por um projéctil vindo de terra, veio agora dizer que não consegue confirmar a avaliação inicial. Os EUA já disseram ter provas de que o avião não foi abatido pelo EI, mas não disseram que provas eram. “Não toleraremos as tentativas do ISIL [sigla em inglês da anterior designação do EI, Estado Islâmico do Iraque e do Levante] para manipular ou explorar este infeliz acidente de aviação para os seus objectivos”, disse o chefe do Comando Central dos EUA, Lloyd Austin.

O rei da Jordânia, Abdullah, tem sido um aliado fundamental dos EUA nesta campanha militar mas tem repetido que não é possível derrotar este grupo extremista apenas com meios militares. O grupo tem-se adaptado aos ataques – após o início dos ataques aéreos misturam-se cada vez mais com a população e já não viajam em colunas de tipo militar mais fáceis de localizar e atingir.

Aproveitando a guerra civil na Síria e o descontentamento com o governo no Iraque, beneficiando de armas roubadas ao exército iraquiano, os combatentes do Estado Islâmico controlam vastas áreas desde a província de Raqqa, na Síria, na fronteira com a Turquia, até à segunda cidade do Iraque, Mossul.