Sóbrio, Lars von Trier receia não conseguir realizar mais filmes

Em entrevista ao jornal dinamarquês Politiken, o realizador de Ninfomaníaca explica que o seu combustível criativo era uma combinação de álcool e outras drogas

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Lars von Trier na conferência de imprensa em Cannes que, pelas declarações sobre Hitler e o nazismo, resultou na sua expulsão do festival AFP PHOTO / ANNE-CHRISTINE POUJOULAT

O realizador que se destacou na década de 1990 enquanto figura cimeira do movimento de cinema realista baptizado Dogma, afirmou que o guião de Ninfomaníaca, o seu mais recente filme, foi escrito enquanto sóbrio e demorou 18 meses a ser completado. O de Dogville (2003), por sua vez, foi escrito em meros doze dias, alimentados por um consumo ininterrupto de drogas não especificadas.

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O realizador que se destacou na década de 1990 enquanto figura cimeira do movimento de cinema realista baptizado Dogma, afirmou que o guião de Ninfomaníaca, o seu mais recente filme, foi escrito enquanto sóbrio e demorou 18 meses a ser completado. O de Dogville (2003), por sua vez, foi escrito em meros doze dias, alimentados por um consumo ininterrupto de drogas não especificadas.

Segundo noticia a agência Reuters, Von Trier contou ao Politiken que antes do tratamento de desintoxicação a que se submete neste momento, com frequência diária em reuniões de Alcoólicos Anónimos, bebia uma garrafa de vodka por dia. Para ser criativo, porém, afirma na entrevista, precisava de combinar o álcool com outras drogas. “Não recomendo o mesmo a ninguém. É muito estúpido e perigoso”, declarou. Resta, então, o receio de que, com a sobriedade, desapareça a criatividade. “Não sei se conseguirei fazer mais filmes, e isso preocupa-me”, disse, acrescentando: “Quem quereria saber de uns Rolling Stones sem a bebida ou de um Jimi Hendrix sem heroína?”