Juncker ensaia uma fuga para a frente

Foi na semana passada que vários jornais denunciaram a existência de acordos fiscais secretos estabelecidos entre o Luxemburgo e 340 multinacionais, à margem dos interesses dos restantes países europeus. Na altura em que foram firmados esses acordos, Jean-Claude Juncker era primeiro-ministro do Luxemburgo.

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Foi na semana passada que vários jornais denunciaram a existência de acordos fiscais secretos estabelecidos entre o Luxemburgo e 340 multinacionais, à margem dos interesses dos restantes países europeus. Na altura em que foram firmados esses acordos, Jean-Claude Juncker era primeiro-ministro do Luxemburgo.

O agora presidente da Comissão Europeia esteve uma semana mudo e calado e ontem, de uma forma surpreendente, veio quebrar o silêncio para vir prometer uma revolução fiscal e uma espécie de harmonização dos impostos a nível europeu. E chegou ao ponto de dizer que este pacto fiscal deveria ser levado a nível do G20. É o que se chama "fuga para a frente". Juncker reconhece que as práticas fiscais no Luxemburgo, não sendo ilegais, beliscam os patrões éticos e morais, mas daí não tira nenhuma ilação ou consequência política.