Angela Merkel diz que Portugal e Espanha têm demasiados licenciados

Chanceler alemã defende que facto impede que os dois países valorizem o ensino vocacional.

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Angela Merkel, chanceler alemã Michael Gootschalk/AFP

Citada pela agência de informação financeira Bloomberg, a chanceler alemã afirmou que o enfoque nos estudos universitários como um feito de topo da carreira é algo do qual deve haver um afastamento.

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Citada pela agência de informação financeira Bloomberg, a chanceler alemã afirmou que o enfoque nos estudos universitários como um feito de topo da carreira é algo do qual deve haver um afastamento.

"Caso contrário, não conseguiremos persuadir países como Espanha e Portugal, que têm demasiados licenciados", dos benefícios do ensino vocacional, acrescentou a líder alemã, durante uma intervenção na confederação das associações patronais daquele país (BDA, na sigla em alemão).

De acordo com dados do gabinete de estatísticas europeu, em 2013, 25,3% da população da União Europeia entre os 15 e os 64 anos tinha completado estudos superiores, enquanto a percentagem portuguesa era de 17,6% e a alemã de 25,1%.

Na cabeça da lista encontrava-se a Irlanda, com 36,3% da população entre os 15 e os 64 anos licenciada, seguindo-se o Reino Unido com 35,7%, estando a Roménia (com 13,9%) e a Itália (com 14,4%) no final da lista.

No mesmo discurso, Merkel declarou que a economia alemã precisa de mais investimento, mas rejeitou que o seu Governo incorra num maior défice para resolver o problema.

"A necessidade [de novos investimentos] ainda é importante", disse Merkel.

Depois destas declarações da chanceler alemão, Nuno Crato já respondeu, afirmando não concordar que o país tenha licenciados a mais.