Governo Regional não assiste à conferência de Passos Coelho no Funchal

Dirigente do PSD faz duro ataque ao primeiro-ministro por participar, a 12 de Novembro, na distinção das “100 Maiores Empresas” da Madeira.

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Passos Coelho durante a conferência de imprensa de terça- feira Enric Vives-Rubio

Terá partido de Jardim a orientação para que os membros do Governo Regional não estejam presentes na conferência, ausência interpretada como forma marcar o seu distanciamento face à orientação editorial do centenário diário promotor e às políticas seguidas pelo Governo chefiado por Passos Coelho relativamente à região. A deslocação do primeiro-ministro ao Funchal ocorre duas semanas depois de ter visitado oficialmente os Açores, o que nunca aconteceu relativamente à Madeira.

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Terá partido de Jardim a orientação para que os membros do Governo Regional não estejam presentes na conferência, ausência interpretada como forma marcar o seu distanciamento face à orientação editorial do centenário diário promotor e às políticas seguidas pelo Governo chefiado por Passos Coelho relativamente à região. A deslocação do primeiro-ministro ao Funchal ocorre duas semanas depois de ter visitado oficialmente os Açores, o que nunca aconteceu relativamente à Madeira.

Na opinião de Luís Filipe Malheiro, membro da comissão política regional do PSD e colaborador directo de Jardim, a participação de Passos Coelho numa iniciativa “privada” traduz “puro revanchismo e vingança pessoal contra o líder madeirense”, atendendo a que antes “anulou a realização de uma reunião de trabalho agendada para Dezembro em Lisboa entre delegações dos dois governos”.

Além do significado político subjacente a esta decisão, “decorre também do facto de sabermos as relações difíceis existentes entre o Diário de Notícias local e o presidente do Governo Regional”, o que, conclui, “revela em muito a mediocridade da personagem em questão, a sua falta de carácter e a lamentável incapacidade em separar as questões pessoais das institucionais”. E pode traduzir “uma espécie de contagem decrescente que provavelmente terá um epílogo semelhante ao de Sócrates, em Junho de 2011, a quem as urnas deram cabo da euforia eleitoralista pessoal”.

Segundo o dirigente social-democrata madeirense e ex-chefe de gabinete do presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, “o próprio Passos não escondeu a alguns colaboradores que a sua deslocação ao Funchal constituía uma deliberada provocação política e pessoal a Jardim”, “agastado com as críticas [por este] feitas no Funchal à sua (des)governação, à roubalheira a pensionistas, reformados, funcionários públicos e cidadãos em geral e às constantes patifarias de uma horda asquerosa”.

A "guerra pessoal e política de Passos a Jardim”, refere Malheiro em artigo publicado no governamental Jornal da Madeira, “começou ainda em 2011, em plena campanha eleitoral para as regionais, continuou depois com a imposição de um rígido programa de ajustamento financeiro à Região, quando nem empresas públicas falidas nem autarquias insolventes foram objecto de semelhante tratamento e conheceu, depois, um novo episódio depois de nas europeias deste ano por Jardim ter recusado ser n.º 2 na lista da coligação PSD/CDS para o Parlamento Europeu”.

É a primeira vez que na consagração das “100 Maiores Empresas” da Madeira, já na sua 25.ª edição, participa um primeiro-ministro em exercício de funções. Em anos anteriores foram oradores convidados Cavaco Silva, Freitas do Amaral, Marcelo Rebelo de Sousa, António Vitorino, António Borges, Ângelo Correia, António Lobo Xavier, Manuela Ferreira Leite, João Salgueiro, Henrique Granadeiro, Braga de Macedo, Luís Amado e Rui Rio.