Morreu Jack Bruce, o baixista dos Cream

Ao lado de Eric Clapton e Ginger Baker, reposicionou o rock britânico da década de 60. Sofria há anos da doença hepática que acabou por vitimá-lo.

Foto
Jack Bruce foi "talvez o mais talentoso de todos os baixistas", disse Roger Waters, dos Pink Floyd BRENDAN MCDERMID/REUTERS

Além de baixista ("talvez o mais talentoso de todos os baixistas", como chegou a dizer Roger Waters, dos Pink Floyd), Jack Bruce era também a voz mais carismática dos Cream e o compositor principal da banda que reposicionou o rock britânico, tornando-o especialmente permeável aos blues. Mas mesmo para lá dos Cream foi um nome central dos blues em Inglaterra, como ontem sublinhava o jornal The Guardian, recordando a sua passagem por referências maiores do género como Manfred Mann, Alexis Korner’s Blues Inc, Graham Bond Organisation e John Mayall & The Bluesbreakers. 

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Além de baixista ("talvez o mais talentoso de todos os baixistas", como chegou a dizer Roger Waters, dos Pink Floyd), Jack Bruce era também a voz mais carismática dos Cream e o compositor principal da banda que reposicionou o rock britânico, tornando-o especialmente permeável aos blues. Mas mesmo para lá dos Cream foi um nome central dos blues em Inglaterra, como ontem sublinhava o jornal The Guardian, recordando a sua passagem por referências maiores do género como Manfred Mann, Alexis Korner’s Blues Inc, Graham Bond Organisation e John Mayall & The Bluesbreakers. 

Depois da separação dos Cream (e até à sua fugaz reunião em 2005 para uma curta série de concertos), trabalhou sobretudo a solo ou em pequenas formações. Os seus constantes atritos com o baterista Ginger Baker, manifestados já antes, quando ambos integravam a Graham Bond Organisation, acabariam por tornar inviável a sobrevivência do trio liderado por Eric Clapton, que se desintegraria não sem antes deixar quatro álbuns históricos para a posteridade: Fresh Cream (1966), Disraeli Gears (1967), Wheels of Fire (1968) e Goodbye (1969).

A vida de Bruce foi, de resto, marcada por sucessivas atribulações de saúde e por problemas financeiros. No final da década de 70 viu-se forçado a trabalhar como músico de estúdio para custear a sua dependência das drogas; em 2003, recebeu um transplante hepático depois de um diagnóstico de cancro, ao qual acabaria por sobreviver – continuando a trabalhar. O seu último álbum, Silver Rails, saiu em Março este ano. Na altura, disse à revista Rolling Stone que continuava a "apreciar a vida": "Estou felicíssimo por ter feito este disco. Pus o meu coração e a minha alma nele e estou muito satisfeito com o resultado."