O Brasil é que é país
É grandioso que uma ex-colónia nossa, que por enquanto (Deus queira que dure pouco esta triste distinção) tem ainda mais pobres e sofrimento humano do que Portugal, tenha tanta confiança na nossa economia.
É grandioso que uma ex-colónia nossa, que por enquanto (Deus queira que dure pouco esta triste distinção) tem ainda mais pobres e sofrimento humano do que Portugal, tenha tanta confiança na nossa economia.
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É grandioso que uma ex-colónia nossa, que por enquanto (Deus queira que dure pouco esta triste distinção) tem ainda mais pobres e sofrimento humano do que Portugal, tenha tanta confiança na nossa economia.
A Espanha — que também é maior do que nós e que também é irmã, embora por afinidade geográfica — também mostra que acredita em nós da melhor maneira, que é através do dinheiro que cá põe.
Os terceiro e quarto investidores são a França e a Alemanha. Tiremos-lhe os chapéus. São países espertos e, à maneira europeia, nossos vizinhos. É escandaloso que o nosso mais velho aliado — o Reino Unido — invista menos em nós do que o microscópico mas alegremente aportuguesado Luxemburgo.
Seguem-se a Bélgica e os Países Baixos (outrora conhecidos como Holanda ou, juntamente com a Bélgica e o Luxemburgo, como um dos três vértices dos países Benelux). Em nono está a mercantilíssima Suíça. Será candidiano pensar que os países que recebem mais imigrantes nossos são os mais afoitos a investir na malta?
Depois da pequena Suíça vem a gigantesca China e, pouco depois, a maravilhosa Irlanda, muito antes da injustamente amaldiçoada Angola.
Onde estão a Itália, o Canadá, os EUA, Israel e a Dinamarca?
Pois é. O Brasil é que é país. Mas nós não somos apenas saudades. Também somos esperanças.