“Não há nenhuma razão” para incluir o BES nas contas de 2015

Ministra das Finanças não espera “impacto directo” no Orçamento para o próximo ano.

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O BES controla quase 52% da subsidiária angolana Foto: Joana Freitas

"Não há impactos previstos, porque não se vê como pode haver impacto desta medida no Orçamento do Estado para 2014. O que existe é um empréstimo do Tesouro ao Fundo de Resolução Bancária que poderá ser devolvido em 2015 ou não", afirmou Maria Luís Albuquerque, durante apresentação do OE aos deputados, na comissão parlamentar de Orçamento e Finanças.

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"Não há impactos previstos, porque não se vê como pode haver impacto desta medida no Orçamento do Estado para 2014. O que existe é um empréstimo do Tesouro ao Fundo de Resolução Bancária que poderá ser devolvido em 2015 ou não", afirmou Maria Luís Albuquerque, durante apresentação do OE aos deputados, na comissão parlamentar de Orçamento e Finanças.

“Não há nenhuma razão para incluir qualquer impacto directo da medida de resolução aplicada ao BES", acrescentou.

A ministra reagia assim às declarações do deputado socialista João Galamba que, na sua intervenção inicial, dava conta de “um apagão” no OE para 2015. “Há um apagão neste Orçamento que é o impacto da instabilidade do sistema financeiro, isto é, o impacto do BES.”

 “Este não parece ser um risco com que nos devemos preocupar. O facto de [o BES] preocupar toda a gente menos o Governo é em si um factor de preocupação”, ironizou o deputado socialista.

O BES registou prejuízos históricos de quase 3,6 mil milhões de euros no primeiro semestre deste ano, tendo sido este o início de uma crise profunda que motivou a intervenção do Banco de Portugal. O Novo Banco, que recebeu os activos não problemáticos do BES, foi capitalizado com 4,9 mil milhões de euros através do Fundo de Resolução Bancária. O Estado português entrou com 3,9 mil milhões de euros neste fundo, financiados com a verba que estava reservada à banca, no âmbito do programa da troika.