A goleada que nunca existiu

Um jogador bateu o recorde ao marcar 21 golos num só jogo (que acabou 30-0) mas não ficará nos livros de história do futebol sueco.

Foto
Os gémeos Manzizila DR

Os dois resultados contra aquele adversário, assim como as partidas contra o Wårby United (que também desistiu) “custaram” ao Kongo United, no total, a perda de 66 golos na classificação final. Apesar disso, a equipa terminou à mesma na primeira posição, com o melhor ataque da respectiva série (83 golos marcados em 14 jogos) e dez pontos de vantagem sobre o segundo classificado. Na próxima época, o Kongo United disputará a sexta divisão e o desafio é continuar a bater recordes.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Os dois resultados contra aquele adversário, assim como as partidas contra o Wårby United (que também desistiu) “custaram” ao Kongo United, no total, a perda de 66 golos na classificação final. Apesar disso, a equipa terminou à mesma na primeira posição, com o melhor ataque da respectiva série (83 golos marcados em 14 jogos) e dez pontos de vantagem sobre o segundo classificado. Na próxima época, o Kongo United disputará a sexta divisão e o desafio é continuar a bater recordes.

Formado em Novembro de 2013, num bairro da zona sul de Estocolmo, o Kongo United não precisou de muito tempo para causar sensação e fazer com que os resultados da sétima divisão sueca parecessem marcadores de hóquei em patins: 7-1 ao Fullersta na primeira jornada, 8-0 ao Melli na segunda, e por aí adiante. Apenas o Vretarna conseguiu travar a fúria goleadora da equipa orientada por Philip Lyons, arrancando um empate 0-0 em casa.

O nome do clube reflecte as ligações ao Congo: “Todos nós que estivemos na fundação temos ligações ao país e a Kinshasa”, contou ao PÚBLICO, por correio electrónico, o presidente Benjamin Moukoko. Mas as portas não estão fechadas para ninguém. “O Kongo United promove a diversidade. Nós não somos uma associação de imigrantes e recebemos toda a gente, independentemente da origem étnica”, pode ler-se no site oficial.

“Ninguém na equipa é profissional, mas muitos jogaram ao mais alto nível”, acrescentou ainda Benjamin Moukoko. Um nome que será imediatamente reconhecido – pelo menos para os fãs do jogo Championship Manager – é o de Tonton Zola Moukoko. O mítico avançado (mas só no computador) chegou a passar pelo futebol inglês e desempenha agora o papel de treinador adjunto. O futebol não é como no Championship Manager, mas para o Kongo United chega a parecer que sim.

Planisférico é uma rubrica semanal sobre histórias de futebol e campeonatos periféricos