Um bem antiquíssimo

Um álbum de Leonard Cohen todos os anos é um milagre mais apetecido por nunca ter sido contemplado.

Gravar discos, disse Cohen ao WSJ, tornou-se num "bad habit". Ainda bem. Podemos contar com outro para o ano. Mesmo para quem não o segue desde 1967, um álbum de Leonard Cohen todos os anos é um milagre mais apetecido por nunca ter sido contemplado.

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Gravar discos, disse Cohen ao WSJ, tornou-se num "bad habit". Ainda bem. Podemos contar com outro para o ano. Mesmo para quem não o segue desde 1967, um álbum de Leonard Cohen todos os anos é um milagre mais apetecido por nunca ter sido contemplado.

Em todas as entrevistas que Cohen deu há pelo menos uma frase luminosa ou uma expressão elegante de sabedoria. Na entrevista a Maconie disse que "o Canadá observa os Estados Unidos como as mulheres observam os homens. Cuidadosamente".

Fala-se muito dos 80 anos dele mas Cohen já nasceu octagenário. Agora parece ter pelo menos três séculos de idade, dois dos quais estão no futuro. Os poemas e as canções dele desprendem-se cada vez mais das coisas e das preocupações do nosso tempo, atingindo uma eterna antiquidade de "problemas populares", como o amor, a vida, a morte, as mulheres, os homens, os desejos e as saudades, os lamentos e as promessas, as esperanças e os remorsos.

Leonard Cohen é o artista mais eloquente do nosso tempo. A "golden voice" com que foi "abençoado" pouco seria sem a cabeça de ouro que faz brilhar tudo o que faz.