Défice do primeiro semestre sobe para 6,5%

Injecção de capital na Carris e na STCP e perdão de empréstimo ao BPN Crédito com impacto negativo nas contas do Estado.

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Ministério das Finanças confia em défice de 4,8% no final do ano Pedro Cunha

Os números foram publicados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística e dão conta de um agravamento das contas do Estado no decorrer do segundo trimestre do ano. Nos primeiros três meses de 2014, o défice registado tinha sido de 5,7% do PIB. No segundo trimestre, este indicador subiu para 7,4%.

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Os números foram publicados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística e dão conta de um agravamento das contas do Estado no decorrer do segundo trimestre do ano. Nos primeiros três meses de 2014, o défice registado tinha sido de 5,7% do PIB. No segundo trimestre, este indicador subiu para 7,4%.

Feitas as contas, o défice ascendeu a 6,5% durante o primeiro semestre de 2014, um valor praticamente idêntico ao registado em igual período do ano anterior (6,6%).

O Governo continua a garantir contudo que a evolução orçamental na primeira metade do ano e já no decorrer do terceiro trimestre (para o qual o INE ainda não produziu dados) está em linha com a meta orçamental para o final do ano.

O Governo tinha, até esta terça-feira, um objectivo de 4% para o défice de 2014. Reviu agora esta meta para 4,8%, devido à inclusão das injecções de capital realizadas na Carris e na STCP e ao perdão do empréstimo de 96 milhões de euros que a Parvalorem (uma entidade pública) detinha sobre o BPN Crédito.

Estas três operações, revela o INE, são as responsáveis, já no segundo trimestre, pelo aumento registado na despesa de capital, que desempenhou um papel fundamental na subida do défice. “O aumento da despesa foi em grande medida determinado pelo aumento da despesa de capital, e, em menor grau, pelo aumento das despesas com pessoal. Pelo contrário, o consumo intermédio diminuiu”, afirma o INE.

O Governo tem garantido que, do lado da troika (incluindo as autoridades europeias) estas operações de carácter excepcional não irão ser consideradas na avaliação que será feita ao esforço de consolidação orçamental feito por Portugal.