Governo dá desconto na 2ª fase de privatização dos CTT

Valor de venda das acções deverá ficar abaixo da cotação de fecho na sessão de ontem.

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Daniel Rocha

No caso de se confirmarem os valores avançados para a operação, para a qual a Bloomberg diz já haver interessados, o encaixe para o Estado ficará situado entre os 339,7 milhões de euros e os 354,4 milhões de euros.

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No caso de se confirmarem os valores avançados para a operação, para a qual a Bloomberg diz já haver interessados, o encaixe para o Estado ficará situado entre os 339,7 milhões de euros e os 354,4 milhões de euros.

Ontem, no final da reunião semanal do executivo, o ministro Marques Guedes revelou que o Governo aprovou a conclusão da segunda fase de reprivatização dos CTT, tendo por objecto um lote composto pelas acções representativas de 30% do capital social da empresa. A esta fatia somam-se as acções já privatizadas representativas de 1,5% do capital dos CTT e ainda na posse da Parpública – a holding que gere as participações do Estado.

O Governo encarregou a Parpública de proceder à dispersão desse lote de acções “mediante uma ou mais vendas directas dirigidas a investidores nacionais ou estrangeiros, incluindo, investidores institucionais”. E admitia, no comunicado oficial, que “em função dos termos que se revelem mais adequados para maximizar o encaixe financeiro com a alienação, a modalidade de alienação pode concretizar-se, nomeadamente, através de oferta particular por processo de colocação acelerada ou por venda competitiva de um ou mais blocos de acções que integram o lote de acções a alienar”.

Ao final do dia, a Parpública confirmou a opção pela venda acelerada, que consiste num processo de alienação rápido, sem grande publicitação e que, geralmente, tem um desconto associado.

Luís Marques Guedes adiantou, na conferência de imprensa posterior ao Conselho de Ministros, que o Governo mandatou a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, para decidir qual “o momento mais adequado” e “as melhores condições de mercado” no âmbito desta alienação das acções referentes à segunda fase de reprivatização dos CTT.

Na primeira fase de privatização da empresa liderada por Francisco Lacerda, que se concluiu no final do ano passado, o encaixe do Estado ascendeu a cerca de 510 milhões de euros.