Sanções de Bruxelas passam por isolamento institucional e económico da Rússia

Ideia é isolar a Rússia, de eventos culturais e desportivos, como o Mundial 2018.

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Federica Mogherini tem sido acusada de ser demasiado branca com a Rússia LAURENT DUBRULE/REUTERS

A ideia de Bruxelas, avança o El País, é aumentar as restrições que a Rússia tem no mercado de capitais, com o objectivo de afectar o país de forma mais intensa, ao asfixiar a economia russa. De acordo com o documento que está em discussão e a que o diário espanhol teve acesso, em cima da mesa estão também medidas como restringir a compra e venda de armas e de tecnologias chave para o sector energético russo.

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A ideia de Bruxelas, avança o El País, é aumentar as restrições que a Rússia tem no mercado de capitais, com o objectivo de afectar o país de forma mais intensa, ao asfixiar a economia russa. De acordo com o documento que está em discussão e a que o diário espanhol teve acesso, em cima da mesa estão também medidas como restringir a compra e venda de armas e de tecnologias chave para o sector energético russo.

Por outro lado, a ideia da União Europeia é também isolar a Rússia através da exclusão de “acontecimentos culturais, económicos e desportivos internacionais”, onde se incluem acontecimentos como as corridas de Fórmula 1, competições de futebol e mesmo o Mundial de 2018 que será organizado pela própria Rússia – ainda que fontes diplomáticas admitam que este último ponto possa ser guardado para uma fase mais avançada das sanções. O documento do El País também não explica como se pode, por exemplo, excluir a Rússia da organização do Mundial 2018, algo que lhe foi atribuído pela FIFA.

A confirmação de que na sexta-feira a União Europeia anunciará um novo pacote de sanções já tinha sido dada na terça-feira pela nova responsável pela política externa da UE, a italiana Federica Mogherini, numa conferência de imprensa no Parlamento Europeu.

A antiga ministra dos Negócios Estrangeiros de Itália, que tem sido acusada por alguns Estados-membros de ser pouco dura com Moscovo, aproveitou a conferência de imprensa para passar uma imagem de maior firmeza, com declarações sobre sanções mas também sobre a defesa dos países-membros da NATO que estão mais próximos da Rússia.

As declarações sobre a NATO surgem também numa altura em que Moscovo já disse que a Aliança Atlântica "vai continuar a figurar entre as maiores ameaças militares à Federação Russa" e quando Vladimir Putin terá dito que "podia tomar Kiev em duas semanas".

O novo pacote deverá ter como objectivo reforçar as sanções que estão em vigor, já que a responsável pela política externa da UE avançou que vão incidir sobre as quatro áreas que já estão a ser afectadas: o acesso aos mercados financeiros por empresas russas; o sector da defesa; a exportação de material tecnológico para o sector energético; e material com duplo uso civil e militar.

No início de Agosto, a Rússia aprovou um embargo à importação de produtos alimentares dos países da UE, dos Estados Unidos, da Austrália, do Canadá e da Noruega, em resposta às sanções de que é alvo.