Tudo em aberto nas presidenciais do Brasil

Marina Silva surpreende nas sondagens. Mas está por se saber que parte deste apoio é convicção e que parte depende da comoção provocada pelo acidente que vitimou Eduardo Campos

Na actual fase da corrida, é impossível saber se Marina vai ser capaz de manter o capital emocional que a morte de Eduardo Campos instilou na sua candidatura. O que é certo é que o disparo de Marina nas sondagens mudou os dados da equação das presidenciais. Agora, nem o PT de Dilma tem argumentos para manter a sua crença na invencibilidade, nem o PSDB de Aécio pode estar seguro de ter um lugar garantido numa segunda volta. Em termos realistas, há hoje uma terceira via que não existia há apenas um mês. Dilma tem contra si uma economia anémica, um caso (o da Petrobrás) que lhe mina a credibilidade e uma imprensa militante, mas tem a seu favor o trunfo do desemprego, programas sociais que abrangem uma parte relevante do eleitorado e experiência na gestão pública. Aécio tem do seu lado um discurso de modernidade que pretende recuperar a aura reformista de Fernando Henrique Cardoso, mas fala de opções políticas de cariz liberal que desagradam a um país que, depois da queda da ditadura, se reergueu sob a égide protectora do Estado. E Marina, o que tem? Além do seu discurso alternativo, tem uma aura antipolítica, vagamente populista, que, desde Jânio Quadros, tem bom crédito no Brasil. E, desta vez, tem também um discurso mais “politicamente correcto” orientado para o eleitorado moderado. Talvez no momento da verdade a sua inexperiência afaste o voto mais conservador. Ou talvez, como aconteceu em 2002 com Lula, os brasileiros estejam uma vez mais dispostos a causar espanto na política mundial.      

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Na actual fase da corrida, é impossível saber se Marina vai ser capaz de manter o capital emocional que a morte de Eduardo Campos instilou na sua candidatura. O que é certo é que o disparo de Marina nas sondagens mudou os dados da equação das presidenciais. Agora, nem o PT de Dilma tem argumentos para manter a sua crença na invencibilidade, nem o PSDB de Aécio pode estar seguro de ter um lugar garantido numa segunda volta. Em termos realistas, há hoje uma terceira via que não existia há apenas um mês. Dilma tem contra si uma economia anémica, um caso (o da Petrobrás) que lhe mina a credibilidade e uma imprensa militante, mas tem a seu favor o trunfo do desemprego, programas sociais que abrangem uma parte relevante do eleitorado e experiência na gestão pública. Aécio tem do seu lado um discurso de modernidade que pretende recuperar a aura reformista de Fernando Henrique Cardoso, mas fala de opções políticas de cariz liberal que desagradam a um país que, depois da queda da ditadura, se reergueu sob a égide protectora do Estado. E Marina, o que tem? Além do seu discurso alternativo, tem uma aura antipolítica, vagamente populista, que, desde Jânio Quadros, tem bom crédito no Brasil. E, desta vez, tem também um discurso mais “politicamente correcto” orientado para o eleitorado moderado. Talvez no momento da verdade a sua inexperiência afaste o voto mais conservador. Ou talvez, como aconteceu em 2002 com Lula, os brasileiros estejam uma vez mais dispostos a causar espanto na política mundial.