Ébola mata um médico e chega a uma nova cidade da Nigéria

Profissional morreu na cidade petrolífera Port Harcourt, no Sul do país. Médico foi infectado por um homem que contactou com o norte-americano vindo da Libéria que introduziu o ébola na Nigéria.

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Duas mulheres com máscaras e luvas, num aeroporto em Lagos, na Nigéria, onde o surto chegou a 20 de Julho Pius Utomi Ekpei/AFP (arquivo)

“Depois de a sua mulher ter anunciado a morte no dia seguinte (sábado), foi realizada uma investigação minuciosa e as análises de laboratório mostraram que este médico foi morto pelo vírus do ébola”, declarou nesta quinta-feira Onyebuchi Chukwu, ministro da Saúde nigeriano, em Abuja, capital da Nigéria, citado pela agência de notícia AFP.

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“Depois de a sua mulher ter anunciado a morte no dia seguinte (sábado), foi realizada uma investigação minuciosa e as análises de laboratório mostraram que este médico foi morto pelo vírus do ébola”, declarou nesta quinta-feira Onyebuchi Chukwu, ministro da Saúde nigeriano, em Abuja, capital da Nigéria, citado pela agência de notícia AFP.

Até 26 de Agosto, a Nigéria tinha 17 casos de ébola e seis mortes, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). O vírus espalhou-se para este país depois de Patrick Sawyer, um norte-americano nascido na Libéria, ter contraído o vírus neste país e ter viajado para Lagos, a 20 de Julho. Morreu cinco dias depois.

Até agora, a doença estava localizada só em Lagos, uma cidade portuária com 13 milhões de habitantes que fica a 600 quilómetros a oeste de Port Harcourt.

Segundo o Ministério de Saúde, o médico tratou um doente que tinha estado em contacto com Patrick Sawyer, avança a agência Reuters.

Port Harcourt é o coração da indústria petrolífera da Nigéria que, diariamente, produz dois milhões de barris de petróleo. A cidade tem 3,5 milhões de habitantes, muito dos quais trabalhadores vindos das maiores empresas petrolíferas internacionais.

A Nigéria foi o quarto país com o surto de ébola, depois da Guiné-Conacri, da Libéria e da Serra Leoa. Por ser o país mais populoso de África, com 170 milhões de pessoas, teme-se que a epidemia seja mais difícil de conter. No entanto, a OMS encarou a evolução do surto naquele país com um “optimismo cauteloso”, num comunicado de 19 de Agosto, ao contrário das situações na Libéria e Serra Leoa, que estão descontroladas.

“A viúva, que apresenta sintomas da doença, vai ser colocada sob quarentena e esperar pelos resultados”, acrescentou Onyebuchi Chukwu. “Várias outras pessoas estiveram em contacto (com o médico morto) estão agora sob vigilância.”

O homem que contactou Patrick Sawyer “escapou à vigilância” das autoridades sanitárias no final de Julho, foi a Port Harcourt e teve uma consulta com o médico, disse Onyebuchi Chukwu, explicando-se assim a génese deste novo caso. Depois, acabou por voltar a Lagos, onde se verificou que não apresentava sintomas. Passados 21 dias, considerou-se que estava recuperado. Mas o médico que o tratou acabou por contrair o vírus.

Não há tratamentos contra o ébola, cuja mortalidade pode chegar aos 90%. Até 26 de Agosto, já morreram 1552 das 3060 pessoas infectadas. O surto iniciou-se no Sul da Guiné-Conacri no final de 2013. A 8 de Agosto, a OMS considerou esta epidemia uma emergência internacional.