Reacções: "representava o que significa ser engraçado"

Obama, Spielberg, Ben Stiller ou Kevin Spacey falam de "imensurável talento" e de "uma das poucas pessoas que merecia o título de ‘génio’”.

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REUTERS/Mario Anzuoni


 
O convidado do momento no programa Conan, o actor e comediante Will Arnett, descreveu Williams como “um dos grandes de todos os tempos”, juntando-se assim a Kevin Spacey que lembrou que Williams “fez o mundo rir e pensar”, descrevendo-o como “um grande homem, artista e amigo”. Na Internet e sobretudo no Twitter partilham-se cenas favoritas de Williams, fotografias do passado e recordações do actor. 

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O convidado do momento no programa Conan, o actor e comediante Will Arnett, descreveu Williams como “um dos grandes de todos os tempos”, juntando-se assim a Kevin Spacey que lembrou que Williams “fez o mundo rir e pensar”, descrevendo-o como “um grande homem, artista e amigo”. Na Internet e sobretudo no Twitter partilham-se cenas favoritas de Williams, fotografias do passado e recordações do actor. 

Já o Presidente dos EUA, Barack Obama, disse em comunicado: "Ele entrou nas nossas vidas como um estranho, mas acabou tocando todos os elementos do espírito humano. Fez-nos rir. Fez-nos chorar. Entregou o seu imensurável talento livre e generosamente àqueles que mais precisam, desde as nossas tropas no estrangeiro, aos marginalizados nas nossas ruas".

O realizador Steven Spielberg, com quem Robin Williams trabalhou em Hook, em 1991, descreveu o amigo como “uma tempestade de relâmpagos de génio cómico, sendo o nosso riso o trovão que o sustentava. Era um amigo e não acredito que tenha partido”. Chris Columbus, que o dirigiu em O Homem Bicentenário e Mrs. Doubtfire, destaca algo que muitos dos seus pares lembram de Williams: “Ver Robin trabalhar era um privilégio mágico e especial. As actuações dele eram diferentes de tudo o que algum de nós tinha alguma vez visto, vinham de um lugar algo espiritual ou de outro mundo. Era verdadeiramente uma das poucas pessoas que merecia o título de ‘génio’”.

Outro grande nome da comédia stand up norte-americana e contemporâneo de Williams no circuito dos espectáculos, o apresentador Jay Leno, disse em comunicado: “Vi-o em palco pela primeira vez quando ele fez uma audição no Improv em Los Angeles e tornámo-nos amigos desde então. É um dia muito triste”. Outro amigo que fez saber em comunicado da sua admiração por Robin Williams foi Danny DeVito, actor e realizador que dirigiu o actor agora desaparecido em Smoochy, de 2002, dizendo ser difícil falar sobre o assunto e aceitar a notícia, focando-se “na alegria que era estar com ele”.

Pam Dawber, a actriz com quem Williams partilhou o estrelato de Mork & Mindy, disse em comunicado estar sem palavras. "Estou completa e totalmente devastada." Sentimento partilhado pela actriz Glenn Close, com quem o actor contracenou em O Mundo Segundo Garp. "Estou de coração partido. O Robin era um tesouro nacional e uma alma bonita", disse em comunicado.

“Nunca conheci uma pessoa tão doce, tão brilhante, tão atenciosa como o Robin", reagiu John Travolta, que trabalhou com Williams em Duas Amas de Gravata. Para Travolta, não há ninguém comparável ao actor, lembrando a forma como ele nos fazia sorrir a todos. 

Entre os actores que mais recentemente trabalharam com Robin Williams está Ben Stiller, também realizador, que recorda os seus tempos em comum nas paródias À Noite no Museu. Mas Stiller recua até aos seus 13 anos e ao mesmo clube de comédia Improv para encontrar a sua primeira recordação pessoal de Williams, ainda quando o actor era a estrela de Mork & Mindy. “Nunca ultrapassei o facto de ser um fã” de Robin Williams, mesmo trabalhando com ele décadas depois, confessa Stiller, citado pelo site The Wrap. “Acho que a maior parte das pessoas da minha idade sentem o mesmo – que ele e Steve Martin e Bill Murray acabavam por representar o que significava ser engraçado”.

O Monty Python Eric Idle recorreu também ao Twitter para manifestar a sua incredulidade perante a morte do seu "encantador amigo" que "nos trouxe tanta alegria e riso". Já o Python Terry Gilliam lembrou o actor no Facebook publicando uma fotografia de Robin Williams em O Rei Pescador, filme realizado por Gilliam. Para Gilliam, o actor foi "o milagre da mente e do espírito mais surpreendentemente engraçado, brilhante, profundo e tonto". "Era um coração gigante, um amigo explosivo, um presente maravilhoso dos deuses. Agora aqueles sacanas egoístas levaram-no. Que se lixem!"

Ricky Gervais mostrou-se "profundamente triste". No Twitter, o comediante britânico recordou como Robin Williams, "um homem adorável", "continuava a fazer rir toda a gente, mesmo se não estava a sentir-se bem". Stephen Fry, o actor britânico que também sofre de depressão e que ainda no ano passado revelou ter tentado cometer suicídio, escreveu como o conhecia tão pouco e como gostava dele ainda ainda mais. 

Também comediante e actor, Neil Patrick Harris confessou-se mais uma vez “atordoado” com a notícia da morte de alguém que “trouxe tanta alegria e coração a milhões” de pessoas, incrédulo como Ellen DeGeneres, a apresentadora e cómica que lembrou também o “tanto” que Williams “deu a tantas pessoas”. “Tenho o coração partido.” Steve Martin, outra referência da comédia norte-americana, repete a sensação de espanto perante a notícia da “perda de Robin Williams, grande talento, colega de actuação, alma genuína”.

A partir da Escócia, onde decorre o festival de humor Fringe, o comediante e actor britânico Eddie Izzard disse-se “muito triste”, endereçando saudações de “todos os comediantes aqui em Edimburgo”. Voltando aos EUA, Henry Winkler, o emblemático Fonz de Happy Days descreveu Williams como único – “Vê-lo criar no momento era um privilégio”. A cantora Cher lamentou o desaparecimento do actor de Bom Dia, Vietname descrevendo-o como alguém que “funcionava a alta-voltagem, mente sempre a mexer”. 

Em Portugal, as homenagens multiplicam-se também nas redes sociais. Nuno Markl contou no Facebook que quando viu "O Estranho Mundo de Garp em VHS e, pouco tempo depois, O Rei Pescador (no falecido Cinema Londres)", percebeu "que estava ali um dos maiores". "E perdoei-lhe até o impossivelmente lamechas Patch Adams. Devorei os incendiários CDs e DVDs de stand-up (algumas das minhas primeiras compras na Internet, em 96) – era um dos corajosos, rebentando tabus com um misto de radioactividade e doçura que lhe era único. Não o conheci pessoalmente, mas vou ter muitas saudades dele", continua o comediante. Filipe Homem Fonseca, humorista e argumentista, partilhou vários momentos de Robin Williams mas nas palavras foi breve: "Tanto que lhe devemos. Uma parte de nós morreu com ele".

Nomes mais jovens juntaram-se também às reacções de pesar, de Lindsay Lohan a Miley Cyrus passando pela realizadora, guionista, actriz e produtora Lena Dunham, que disse via Twitter que partilhou "um momento de silêncio no set [da série Girls] em honra de Robin Williams, um homem que trouxe tanto riso, alegria e cura a tanta gente". Até a equipa de Rua Sésamo, o programa fundado por Jim Henson, usou o Twitter para "chorar a morte do nosso amigo Robin Williams, que sempre nos fez rir e sorrir".  

Na página de Robin Williams no Facebook são já milhares os comentários e as partilhas da última publicação – uma foto do actor com uma mensagem de agradecimento por todas as palavras amáveis. 

Também a filha do actor recorreu ao Twitter para deixar uma mensagem ao seu pai. Zelda Williams, de 25 anos, deixou uma citação de O Princepezinho, de Antoine de Saint-Exupéry: Terás estrelas como ninguém. Quando olhares o céu de noite, porque habitarei uma delas, porque numa delas estarei rindo, então será como se todas as estrelas se rissem! E tu terás estrelas que sabem rir!".