Não houve cessar-fogo na Faixa de Gaza, onde morreram mais de 50 pessoas

Exército israelita anuncia captura de um dos seus soldados e Egipto adia as negociações entre palestinianos e israelitas.

Foto
Tanques israelitas junto a Rafah, no Sul da Faixa de Gaza Reuters

As fontes palestinianas anunciaram que, nos ataques desta sexta-feira já morreram mais de 50 palestinianos. A agência noticiosa AFP relata que se travam combates na zona de Rafah, no Sul da Faixa, e que a intensidade dos confrontos está a impedir que as vítimas sejam socorridas.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

As fontes palestinianas anunciaram que, nos ataques desta sexta-feira já morreram mais de 50 palestinianos. A agência noticiosa AFP relata que se travam combates na zona de Rafah, no Sul da Faixa, e que a intensidade dos confrontos está a impedir que as vítimas sejam socorridas.

O exército israelita confirmou as operações em Rafah dizendo estar em curso a destruição de túneis do Hamas - estes túneis que ligam a Faixa ao Egipto são usados para passar todo o tipo de contrabando - e que um dos seus soldados está desaparecido, podendo ter sido capturado pelos combatentes palestinianos.

Estava o dia de quinta-feira a terminar quando o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, e o secretário-geral da ONU, Ban Ban Ki-moon, anunciaram um cessar-fogo humanitário de 72 horas na Faixa de Gaza. As duas partes, disseram estes responsáveis, tinham concordado em pousar as armas a partir das 8h locais (6h em Lisboa).

Dizia o comunicado conjunto EUA/ONU que as forças no terreno iriam "manter as suas posições" durante a trégua, o que significava que o Exército israelita não iria recuar. "Pedimos a todas as partes para que limitem a sua actuação até ao início deste cessar-fogo", referia o texto que surgiu horas depois de o Governo de Washington ter feito a primeira crítica a Israel, devido ao bombardeamento, na quarta-feira, de uma escola gerida pelas Nações Unidas na Faixa de Gaza.

Este ataque, dizia um comunicado da Casa Branca, foi "inadmissível e indesculpável".

Kerry e Ban Ki-moon também anunciaram que a trégua de 72 horas iria permitir negociações com vista a um cessar-fogo permanente, marcando as conversações para esta sexta-feira, no Cairo. A delegação israelita disse, porém, que só chegaria à capital egípcia no sábado, depois do cumprimento do sabbath. Até ao momento não se sabe se estas negociações se mantêm. Entretanto, e segundo a  AFP, o Egipto anunciou o adiamento das negociações devido ao soldado israelita raptado.

O Governo israelita culpou o Hamas pela violação do cessar-fogo. Pouco depois do meio-dia (hora local), oficalizou o fim do cessar-fogo e uma fonte do exército disse ao jornal Haaretz que o Hamas e outros grupos armados palestinianos tinham "violado" o acordo. "Uma vez mais o Hamas e as organizações terroristas  violam amplamente o acordo alcançado", disse uma fonte do gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.