Muçulmanos americanos com actividade política foram espiados pela NSA

São classificados como "moderados", mas foram espiados apesar de não haver indícios de que representavam ameaça.

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"Abusos na espionagem interna atingem muitas vezes minorias", comenta o jornalista Glenn Greenwald Paul J. Richards/AFP

Greenwald tinha já indicado que diria os nomes de americanos espiados. Agora notou que teve autorização dos visados para divulgar os seus nomes.

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Greenwald tinha já indicado que diria os nomes de americanos espiados. Agora notou que teve autorização dos visados para divulgar os seus nomes.

“Acho que esta é uma das histórias mais importantes no arquivo de Snowden porque mostra rostos do abuso da vigilância da NSA e ilustra, mais uma vez, que os abusos da espionagem doméstica atingem em geral minorias, grupos marginalizados, e críticos”, comentou Greenwald ao Huffington Post.

Na lista estão Nihad Awad, director executivo do Council on American-Islamic Relations, a maior organização de direitos de muçulmanos, Faisal Gill, do partido Republicano (que já teve acesso no Departamento de Informação Interna durante a presidência de George W. Bush), Asim Ghafoor, advogado que defendeu processos relacionados com terrorismo, Hooshang Amirahmadi, professor de relações internacionais da Universidade de Rutgers (tentou ser candidato à presidência do Irão para melhorar as relações com os EUA mas foi vetado pelo Conselho dos Guardiães), e ainda Agha Saeed, antigo professor de ciência política da Universidade da Califórnia que faz campanha por direitos para muçulmanos e palestinianos.

Foram vigiados entre 2002 e 2008. Todos são descritos como cidadãos “moderados” que parecem ter sido escolhidos pela sua actividade política. Em comunicado, a NSA diz que nenhum cidadão pode ser sujeito a vigilância apenas por actividades relacionadas com a primeira emenda, seja estar em eventos públicos, organizar campanhas, escrever ensaios críticos, ou expressar crenças pessoais.