Google começou a pôr em prática o “direito ao esquecimento”

Empresa iniciou remoção de links a pedido de utilizadores.

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O Google terá recebido mais de 41 mil pedidos Frederic J. BROWN/AFP

Os primeiros e-mails a informar utilizadores queixosos que o seu pedido de remoção de links foi aceite e a informação retirada das pesquisas na Internet foram enviados na quinta-feira, confirmou o Google ao Wall Street Journal.

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Os primeiros e-mails a informar utilizadores queixosos que o seu pedido de remoção de links foi aceite e a informação retirada das pesquisas na Internet foram enviados na quinta-feira, confirmou o Google ao Wall Street Journal.

A empresa mobilizou uma equipa para realizar a tarefa de analisar cada pedido enviado por formulário e pesar os interesses individuais e o interesse público da queixa antes de decidir a favor ou contra o utilizador. A quantidade de pedidos aceites não é avançada, apesar de ter já sido noticiado que o Google recebeu mais de 41 mil desde que anunciou que estava disponível para acatar a decisão do tribunal europeu.

Entre os primeiros links que o Google apagou está o que esteve na origem da decisão de Maio. O cidadão espanhol Mario Costeja González viu-lhe ser reconhecido o direito a exigir que o Google deixe de mostrar nos resultados das pesquisas uma nota oficial sobre uma penhora publicada no jornal La Vanguardia, em 1998. González conseguiu que lhe fosse reconhecido, pelo menos, o direito a que a Google deixe de mostrar o link para a página do jornal sempre que alguém fizer uma pesquisa pelo seu nome.

“Esta semana, começámos a agir quanto aos pedidos que recebemos”, indicou ao Wall Street Journal um porta-voz do Google. “Este é um novo processo para nós. Cada pedido tem que ser analisado individualmente e estamos a trabalhar o mais rapidamente possível para cumprir a tarefa”, acrescentou.

A deliberação do Tribunal de Justiça da União Europeia considera que o gigante norte-americano é responsável por tudo o que adiciona à sua lista de links e que tem controlo sobre os dados pessoais dos utilizadores. O Google contesta, alegando que serve apenas como uma fornecedora de links para conteúdos legais que já estão disponíveis na Internet. Mesmo assim, alterou recentemente o seu discurso e, através do seu fundador e presidente executivo, Larry Page, garantiu que será feito um esforço para tentar conciliar as diferenças culturais entre europeus e norte-americanos em relação à abordagem das questões de privacidade. O início da remoção de links é o primeiro passo.