Jardim prometeu sair em Janeiro agora admite ficar até ao fim do mandato

Governante quer passagem de testemunho sem eleições regionais antecipadas.

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Alberto João Jardim Foto: Adriano Miranda

Jardim tinha anunciado no último congresso do PSD que sairia do governo em Janeiro de 2015 dando o lugar ao seu sucessor da liderança do partido que será eleito em Dezembro próximo. Mas este sábado, no encontro de autarcas sociais-democratas de Machico, manifestou-se disposto a continuar no poder, onde está mais de 36 anos.

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Jardim tinha anunciado no último congresso do PSD que sairia do governo em Janeiro de 2015 dando o lugar ao seu sucessor da liderança do partido que será eleito em Dezembro próximo. Mas este sábado, no encontro de autarcas sociais-democratas de Machico, manifestou-se disposto a continuar no poder, onde está mais de 36 anos.

“Saio de presidente do PSD em Dezembro deste ano, já tenho 71 anos. O problema do governo vai ser os novos dirigentes. O senhor Presidente da República parece que não quer reconduzir nenhum outro presidente do governo sem eleições antecipadas. Portanto, estou aqui com um dilema: se o novo presidente do partido não quiser eleições antecipadas, terei que fazer o mandato até ao final de 2015”, concluiu o presidente do PSD/Madeira. Na opinião de Jardim, a convocação de eleições antecipadas “seria um erro e uma idiotice”.

O chefe do executivo madeirense revelou que iria abordar este assunto numa próxima audiência com Cavaco Silva. “Entendo que o regime político da Madeira é parlamentar. A confiança dos governos depende da Assembleia Legislativa. Por isso, não vejo mal nenhum e nada anti-democrático que o novo líder do partido – eleito em Dezembro -  não possa tomar em Janeiro posse do cargo de presidente do Governo Regional se tiver a confiança da maioria da assembleia”, sustentou.

Até ao momento seis dirigentes do PSD regional manifestaram a sus disponibilidade para se candidatarem à liderança do partido na região. Depois de Miguel Albuquerque, ex-presidente da câmara do Funchal e o único que enfrentou Jardim em eleições directas (perdendo com uma surpreendente votação de 49 contra 51%, em Novembro de 2012), lançaram-se também na corrida João Cunha e Silva, vice-presidente do governo, Manuel António Correia, secretário regional do Ambiente e Recursos Naturais, Miguel de Sousa, vice-presidente da Assembleia regional, e Sérgio Marques, ex-eurodeputado. Jaime Ramos, secretário-geral do PSD-M, está a recolher as necessárias assinaturas de militantes a propor a sua candidatura.