Participação “muito elevada” antecipa vitória de Assad na Síria

“O povo escolheu reconduzir os seus dirigentes para restabelecerem a segurança, lutar contra o terrorismo e reconstruírem o país”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros.

Foto
Assad concorria contra dois candidatos desconhecidos LOUAI BESHARA/AFP

As eleições realizaram-se na terça-feira nas zonas controladas pelas forças do regime, e foram denunciadas pela oposição e pelos seus aliados ocidentais, com os Estados Unidos a falarem de “vergonha”, a França de “farsa” e a NATO a dizer que os resultados não serão reconhecidos pela comunidade internacional.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

As eleições realizaram-se na terça-feira nas zonas controladas pelas forças do regime, e foram denunciadas pela oposição e pelos seus aliados ocidentais, com os Estados Unidos a falarem de “vergonha”, a França de “farsa” e a NATO a dizer que os resultados não serão reconhecidos pela comunidade internacional.

Segundo o al-Watan, próximo do poder, a taxa de participação “deverá situar-se entre os 70 e os 80%” em sete das 14 províncias do país (o que corresponde a 40% do território, onde vive 60% da população). “O candidato Bashar al-Assad dirige-se à vitória (…) tendo em conta o elevado número de pessoas que votaram (nele). Só o povo está em condições de traçar o futuro do país”, escreve o jornal.

Nos boletins de voto, Assad tinha dois concorrentes, Hassan al-Nouri e Maher al-Hajjar, duas figuras absolutamente desconhecidas da população em geral.

“Face à conspiração, o povo escolheu reconduzir os seus dirigentes para restabelecerem a segurança, lutar contra o terrorismo e reconstruírem o país. Estas são as palavras de ordem da próxima etapa”, afirmou o ministro sírio dos Negócios Estrangeiros, Walid Muallem, citado na imprensa.

O regime de Assad nunca reconheceu o movimento de contestação lançado em Março de 2011 e que, depois de ter sido alvo de uma brutal repressão, se transformou em revolta armada levada a cabo por aqueles a que o poder qualifica de “terroristas”.

Apesar da guerra, que já fez mais de 162 mil mortos, que pôs em fuga nove milhões de pessoas e deixou o país em ruinas, uma parte da população continua a apoiar Assad.

“As assembleias de voto foram tomadas de assalto pelos eleitores. Isso reflecte o seu enorme sentido de responsabilidade em relação aos desafios do futuro e à guerra contra o terrorismo que a Síria tem que travar”, escreveu o as-Saoura, outro jornal oficial.