Holding do BES agrava prejuízos para 37 milhões de euros

Espírito Santo Financial Group passa a deter cerca de 25% do capital do banco liderado por Ricardo Salgado.

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Os prejuízos do BES totalizaram 89,2 milhões de euros no primeiro trimestre Joana Freitas

O grupo explica esta quebra de 182,4% com o “esforço de provisionamento” realizado pela holding no arranque do ano, apesar dos ganhos registados em operações financeiras e com a “recuperação do resultado financeiro”.

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O grupo explica esta quebra de 182,4% com o “esforço de provisionamento” realizado pela holding no arranque do ano, apesar dos ganhos registados em operações financeiras e com a “recuperação do resultado financeiro”.

Os prejuízos da ESFG são conhecidos no mesmo dia em que a holding anuncia que vai exercer os “direitos de subscrição de novas acções” do BES, para que no final da operação de aumento de capital do banco a sua participação (actualmente de 27,4%) fique em cerca de 25%.

O banco liderado por Ricardo Salgado é a principal subsidiária bancária da ESFG, por sua vez detida pela Espírito Santo Internacional (ESI), onde uma auditoria da consultora da KPMG, feita a pedido do Banco de Portugal, detectou dívida não contabilizada e identificou situações de consolidação incompleta de várias holdings.

No primeiro trimestre, diz a empresa em comunicado, “o desempenho do BES, o principal investimento da ESFG no sector bancário, foi afectado pelo aumento do número de insolvências em Portugal, com impacto no nível de imparidades e na necessidade de constituir provisões adequadas”. Os prejuízos do BES de Janeiro a Março chegaram aos 89,2 milhões de euros, mais 27,2 milhões do que no mesmo período de 2013.

Já as operações de seguros da ESFG “continuaram a dar um contributo positivo para os seus resultados, tendo no entanto registado uma quebra” naquele período. O produto bancário melhorou, ao apresentar um crescimento homólogo de 9,6%, para 607,7 milhões de euros. E o resultado financeiro aumentou 19,3%, passando para 281,6 milhões de euros.

Quanto aos custos operativos, registou-se um aumento de 25,7%, para 906,1 milhões de euros.

Com isto, os activos totais da ESFG “registaram uma quebra de 2,6%, tendo passado de 88,75 mil milhões de euros no final de Março de 2013 (e de 84,85 mil milhões de euros no final de Dezembro de 2013) para 86,42 mil milhões de euros”, refere a holding.