A linha do haram

Dificilmente alguém poderá desculpar estes energúmenos criminosos que presumem falar e agir em nome do Islão.

Se há dramas sem final feliz, o mínimo que se pode desejar é que tenham visibilidade, provoquem reflexões e acções para evitar a sua repetição. Pode ser o caso do rapto das estudantes nigerianas pelo Boko Haram, organização para a qual o ensino ocidental é pecado e, por isso, têm como alvos principais dos seus ataques criminosos escolas e estudantes. Convém recordar que este caso chegou à opinião pública mundial pela dimensão, mas não foi o primeiro nem será o último. São dramas recorrentes, assim como o caso de Malala, alvejada por taliban no Paquistão, é apenas um, “felizmente” visível.

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Se há dramas sem final feliz, o mínimo que se pode desejar é que tenham visibilidade, provoquem reflexões e acções para evitar a sua repetição. Pode ser o caso do rapto das estudantes nigerianas pelo Boko Haram, organização para a qual o ensino ocidental é pecado e, por isso, têm como alvos principais dos seus ataques criminosos escolas e estudantes. Convém recordar que este caso chegou à opinião pública mundial pela dimensão, mas não foi o primeiro nem será o último. São dramas recorrentes, assim como o caso de Malala, alvejada por taliban no Paquistão, é apenas um, “felizmente” visível.

Dificilmente alguém poderá concordar ou desculpar minimamente estes energúmenos criminosos que presumem falar e agir em nome do Islão. Conheço muitos muçulmanos que não têm a mínima hesitação em condenar e repudiar frontal e publicamente tais propósitos. Apesar de não existir um líder equivalente ao Papa nem uma instituição reguladora como o Vaticano, era importante que as figuras públicas muçulmanas relevantes e influentes viessem a público proactivamente marcar uma linha e deixar claro onde começa o real haram (pecado).

Relativamente ao papel de lideranças influentes neste campo, não podemos deixar de pensar nas monarquias do golfo. A ligação passada entre a Arábia Saudita e o Al-Qaeda de Bin Laden e o apoio actual do Qatar a vários grupos armados, por exemplo na Síria, é incontestável. Também é do Qatar a cadeia de televisão Al Jazira, que teve um papel fundamental na mobilização da rua árabe durante as famosas Primaveras. Existe uma fortíssima acção de promoção do “seu islão” por parte destes protagonistas, com patrocínios de muitas formas e feitios. Ultrapassam a “linha” do direito internacional e do respeito dos direitos humanos? Quando esses altos dignatários aterram em Paris, ou noutra capital, com a carteira cheia para comprar activos e vontades, e se lhes desenrola a passadeira vermelha, era importante saber que outros terrenos pisam esses mesmos pés.

Engenheiro