Um Josef Nadj em estreia mundial — presente do Festival de Almada

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“Sim, vocês vão ser os primeiros a ver o novo Josef Nadj”, confirma o telefonista do Centre Choréographique National d’Orleáns quando ligamos a perguntar se a estreia mundial do novo espectáculo do coreógrafo de origem sérvia, mas há muito radicado em França, se fará mesmo a 16 de Julho no Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa. É mais uma peça a encaixar-se no puzzle da 31.ª edição do Festival de Almada, cujo programa integral será anunciado até ao final de Junho — até agora, conheciam-se apenas as identidades de dois espectáculos, Testamento — Preparações Tardias para Uma Nova Geração, do colectivo berlinense She She Pop (Culturgest, 5 e 6 de Julho) e L’Architecture de La Paix, do Théâtre Pigeons International (São Luiz Teatro Municipal, 10 a 13 de Julho).

Paysage Inconnu, que terá uma pré-apresentação ainda in progress em França, começou por ser a remontagem de uma peça de 2006, Paysage après l’Orage — entretanto, Nadj desviou-se do propósito inicial e acabou a compor de raiz uma nova criação, que ainda assim exibe (a começar pelo título em mash-up) as marcas desse espectáculo estreado no Festival de Avignon e de um outro, Journal d’un Inconnu (2002), que foi encomenda da Bienal de Veneza e do Théâtre de la Ville. Como é habitual em Nadj, Paysage Inconnu é um híbrido que não se sabe muito bem de que terra é (teatro, música, dança?), embora tenha os pés bem assentes em Kanjiza, a cidade da Voivodina (então Hungria, actualmente Sérvia) onde o coreógrafo nasceu em 1957: “A ‘paisagem desconhecida’ de Kanjiza e as figuras tutelares das amizades fecundas e misteriosas que a compõem mantém-se uma extraordinária fonte de inspiração para Nadj”, lê-se no curto texto sobre a peça que está no site da companhia. Para recriar esse mundo tão misterioso “num quadro absoluto com o mínimo de gestos e o máximo de força”, Nadj quis que se lhe juntassem em palco o saxofonista Akosh S., um dos seus mais imprescindíveis cúmplices (vimo-lo por cá no impressionante Les Corbeaux, mas já tinha estado em vários espectáculos anteriores), o baterista Gildas Etevenard e o bailarino Ivan Fatjo — são quatro corpos para quatro personagens entre a ficção e a realidade que incluem um poeta, um pintor vagabundo e um ex-lutador tornado escultor.

Entretanto, e ainda antes da estreia em Lisboa, o coreógrafo que chegou a França em 1980 e 15 anos depois estava a dirigir o Centre Choréographique National d’Orleáns será objecto de uma retrospectiva em Paris. De 16 a 28 de Junho, o programa Nadj à la Villette levará ao Grande Halle de La Villette as duas peças (Les Philosophes, a partir da obra de Bruno Schulz, e Ozoon, o filme-concerto (Elegia, do mesmo Akosh S.) e a exposição (desenhos, fotogramas, filmes e instalações) com que Josef Nadj respondeu à carta branca da instituição. 

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“Sim, vocês vão ser os primeiros a ver o novo Josef Nadj”, confirma o telefonista do Centre Choréographique National d’Orleáns quando ligamos a perguntar se a estreia mundial do novo espectáculo do coreógrafo de origem sérvia, mas há muito radicado em França, se fará mesmo a 16 de Julho no Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa. É mais uma peça a encaixar-se no puzzle da 31.ª edição do Festival de Almada, cujo programa integral será anunciado até ao final de Junho — até agora, conheciam-se apenas as identidades de dois espectáculos, Testamento — Preparações Tardias para Uma Nova Geração, do colectivo berlinense She She Pop (Culturgest, 5 e 6 de Julho) e L’Architecture de La Paix, do Théâtre Pigeons International (São Luiz Teatro Municipal, 10 a 13 de Julho).

Paysage Inconnu, que terá uma pré-apresentação ainda in progress em França, começou por ser a remontagem de uma peça de 2006, Paysage après l’Orage — entretanto, Nadj desviou-se do propósito inicial e acabou a compor de raiz uma nova criação, que ainda assim exibe (a começar pelo título em mash-up) as marcas desse espectáculo estreado no Festival de Avignon e de um outro, Journal d’un Inconnu (2002), que foi encomenda da Bienal de Veneza e do Théâtre de la Ville. Como é habitual em Nadj, Paysage Inconnu é um híbrido que não se sabe muito bem de que terra é (teatro, música, dança?), embora tenha os pés bem assentes em Kanjiza, a cidade da Voivodina (então Hungria, actualmente Sérvia) onde o coreógrafo nasceu em 1957: “A ‘paisagem desconhecida’ de Kanjiza e as figuras tutelares das amizades fecundas e misteriosas que a compõem mantém-se uma extraordinária fonte de inspiração para Nadj”, lê-se no curto texto sobre a peça que está no site da companhia. Para recriar esse mundo tão misterioso “num quadro absoluto com o mínimo de gestos e o máximo de força”, Nadj quis que se lhe juntassem em palco o saxofonista Akosh S., um dos seus mais imprescindíveis cúmplices (vimo-lo por cá no impressionante Les Corbeaux, mas já tinha estado em vários espectáculos anteriores), o baterista Gildas Etevenard e o bailarino Ivan Fatjo — são quatro corpos para quatro personagens entre a ficção e a realidade que incluem um poeta, um pintor vagabundo e um ex-lutador tornado escultor.

Entretanto, e ainda antes da estreia em Lisboa, o coreógrafo que chegou a França em 1980 e 15 anos depois estava a dirigir o Centre Choréographique National d’Orleáns será objecto de uma retrospectiva em Paris. De 16 a 28 de Junho, o programa Nadj à la Villette levará ao Grande Halle de La Villette as duas peças (Les Philosophes, a partir da obra de Bruno Schulz, e Ozoon, o filme-concerto (Elegia, do mesmo Akosh S.) e a exposição (desenhos, fotogramas, filmes e instalações) com que Josef Nadj respondeu à carta branca da instituição.