Combates em Slaviansk antes do início do referendo na Ucrânia

Cerca de três milhões de pessoas são chamadas a prounciar-se sobre a independência.

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Os preparativos para o referendo ainda se faziam na tarde de sábado GENYA SAVILOV/AFP

Os combates regressaram a Andriïvka, na “linha da frente” da tensão, principalmente na entrada sul da localidade de 110 mil habitantes cercada pelas forças ucranianas que lançaram uma “operação antiterrorista” a 2 de Maio, assegurou à AFP Stella Khorocheva, porta-voz dos insurgentes pró-russos de Slaviansk. A mesma fonte indica a existência de vítimas, sem conseguir avançar quantas.

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Os combates regressaram a Andriïvka, na “linha da frente” da tensão, principalmente na entrada sul da localidade de 110 mil habitantes cercada pelas forças ucranianas que lançaram uma “operação antiterrorista” a 2 de Maio, assegurou à AFP Stella Khorocheva, porta-voz dos insurgentes pró-russos de Slaviansk. A mesma fonte indica a existência de vítimas, sem conseguir avançar quantas.

Pelo menos três fortes explosões foram registadas pela AFP perto de meia-noite local (21h de sábado de Lisboa), ao longo de cerca de uma hora, seguidas de disparos de armas automáticas.

Estes incidentes registam-se quando este domingo são chamados às urnas cerca de três milhões de eleitores para votarem no referendo organizado pelos rebeldes pró-russos do este da Ucrânia, considerado “ilegal” por Kiev e pela maioria da comunidade internacional. A consulta questiona a defesa ou não da independência das “repúblicas populares” unilateralmente proclamadas de Donetsk, região da qual faz parte Slaviansk, e de Lugansk.

Esta manhã, a BBC dava conta de situações de caos junto às mesas de voto, nomeadamente falta de urnas e de registos do eleitorado. Em declarações à estação de televisão britânica, uma professora pró-ucraniana afirmou que estava a receber ameaças de morte após ter recusado ceder a sua escola como local de votação.

No boletim de voto para o referendo é apenas colocada uma questão aos eleitores, feita tanto em ucraniano como em russo: “Apoia o acto de um estado de governo próprio na República Popular de Donetsk/República Popular de Luhansk?”.

Em Donetsk, um repórter da BBC indica que em algumas mesas de voto existem as listas de eleitores mas ninguém consegue votar. Por outro lado, há casos de pessoas que estão registadas noutras regiões mas foram autorizadas a votar em Donetsk ao apresentar apenas o seu documento de identificação pessoal.

Os referendos ocorrem em mais 12 cidades das duas regiões que compõem a região mineira de Donbass, junto à fronteira com a Rússia.

Estas zonas do território estão actualmente sob o controlo de rebeldes, que se recusam a reconhecer as autoridades provisórias em funções em Kiev após a queda do Presidente Viktor Ianoukovitch, no final de Fevereiro.

Desde sexta-feira que não se registavam confrontos significativos, depois da violência ocorrida em Donetsk e Mariupol, onde morreram 20 pessoas, segundo o ministro do Interior.

Notícia actualizada às 10h09: Acrescenta informações sobre como decorre a votação em Donetsk