Três "rainhas" levam Lisboa a bater recorde de turistas de cruzeiros

Graças ao encontro histórico de três grandes navios "Queen" da Cunard e a mais três cruzeiros, desembarcaram no Porto de Lisboa cerca de 18 mil pessoas que devem deixar um milhão de euros na cidade.

Fotogaleria

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Após a cerimónia solene que assinalou a presença das três “rainhas” no Terminal de Cruzeiros de Santa Apolónia, o secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes, garantiu que a maior recepção de turistas de sempre “confirma o crescimento do turismo português” e “representa um milhão de euros para a economia local”. “Lisboa é o sexto destino de cruzeiros da Europa e a vontade é continuar a crescer”, sublinhou.

Um estudo realizado em 2013 pelo Observatório de Turismo de Lisboa, em parceria com a Administração do Porto de Lisboa, traçou o perfil do passageiro de cruzeiro com escala em Lisboa, concluindo que “efectua uma despesa diária de 97,40€”, um valor em que estão incluídas despesas em “alimentação, alojamento, compras diversas, deslocações na cidade e visitas a monumentos e museus”. O estudo refere ainda que 94,1% dos entrevistados afirmou que um regresso à capital portuguesa era “provável ou muito provável”.

De acordo com o secretário de estado, o turismo é “o maior sector exportador” em Portugal, tendo contribuído em 2013 com mais de nove mil milhões de euros em receitas, o que permitiu “o equilíbrio da balança de pagamentos”. Mesquita Nunes fez questão de frisar que “20% do emprego criado no ano passado foi no turismo”.

Já para o presidente da autarquia, António Costa, esta terça-feira foi “um dia particularmente feliz para Lisboa”. E, apesar de reconhecer a importância da capital como “um porto de escala”, o autarca socialista garantiu que “o grande objectivo é ser um porto de início ou de fim”, para “aumentar ainda mais a economia”. Para concretizar este objectivo, Costa admitiu que “ainda há muito trabalho a fazer”, particularmente “melhorar a qualidade do espaço público” e “tornar a cidade mais acessível a quem se desloca”, porque grande parte dos adeptos do turismo de cruzeiros são “pessoas mais idosas” e, algumas, com mobilidade condicionada.

Quanto ao novo Terminal de Cruzeiros de Santa Apolónia, de acordo com o secretário de Estado das Infra-estruturas e do Transporte, Sérgio Monteiro, este poderá começar a ser utilizado a partir do próximo ano, o que permitirá aumentar “a oferta do porto” e consequentemente “o impacto financeiro” deste na economia local e nacional.

A concessão, já este ano, do Terminal de Cruzeiros de Lisboa a um gestor privado – constituído pela Global Liman Isletmeleri, Grupo Sousa Investimentos, Royal Caribbean Cruises e a Creuer del Port de Barcelona – foi também considerada pelo presidente da autarquia alfacinha como potenciadora da “atractividade da cidade”, graças ao facto destes grupos serem, sublinhou Costa, “muito fortes do ponto de vista internacional”.

Serão estas algumas das razões que explicam o dia histórico para Lisboa em matéria de cruzeiros. Além dos três Queen da Cunard, chegaram também o Rotterdam, Silver Whisper e Ruby Princess; os seis permitiram ao Porto de Lisboa arrecadar 112 mil euros.

Texto editado por Luís J. Santos