Músico de rua multado em Lisboa por falta de licença

Caso de Guilherme Rodrigues está a gerar indignação nas redes sociais.

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Os Urban Music DR

Para o músico “faria todo o sentido” ser multado, caso “tivesse sido advertido mais do que uma vez”. Mas sendo a “primeira vez”, considera que houve excesso de zelo e “mau senso” por parte dos agentes que o abordaram. O violoncelista desconhece ainda o valor da multa aplicada, uma vez que, quando questionou o agente, lhe foi dito apenas que a coima iria “chegar-lhe a casa”.

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Para o músico “faria todo o sentido” ser multado, caso “tivesse sido advertido mais do que uma vez”. Mas sendo a “primeira vez”, considera que houve excesso de zelo e “mau senso” por parte dos agentes que o abordaram. O violoncelista desconhece ainda o valor da multa aplicada, uma vez que, quando questionou o agente, lhe foi dito apenas que a coima iria “chegar-lhe a casa”.

De acordo com Guilherme Rodrigues, o “mais extraordinário” da situação é que a Câmara Municipal de Lisboa não está a emitir actualmente licenças para actuar na rua, o que torna impossível a um músico de rua regularizar a situação.  O artista explicou que, quando o processo de candidatura é aberto, o pedido tem um custo de “cerca de 39 euros”, independentemente da “candidatura ser ou não aceite”. O PÚBLICO contactou a Câmara Municipal de Lisboa, a propósito da emissão de licenças, mas ainda não recebeu esclarecimentos sobre o caso.

O violoncelista realçou que, “dê por onde der”, a sua banda não vai desistir de tocar na rua. Sobretudo, porque vão para a rua para “divertir o público e divulgar o trabalho” e não com o intuito de “ganhar dinheiro”.

O músico Vicente Palma denunciou a situação no Facebook, publicando uma imagem do agente em causa. E em menos de 48 horas, o post teve mais de 5700 partilhas por outros utilizadores. Guilherme Rodrigues contou que, apesar de a maioria das pessoas que comentaram a publicação se terem mostrado solidárias com o caso, houve também quem defendesse a “atitude das autoridades”.

O violoncelista garantiu ainda que considera o sucedido uma “afronta” e que estas situações prejudicam a “cultura do músico de rua” em Portugal.

O PÚBLICO contactou ainda a Polícia Municipal de Lisboa e não obteve resposta. 

Editado por Hugo Daniel Sousa