O luto na Universidade do Minho fez-se de silêncio e lágrimas contidas

Estudantes organizaram vigília em homenagem aos três colegas mortos na véspera pela queda de um muro.

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Durante 10 minutos, os estudantes permaneceram em silêncio, interrompido por um longo aplauso. Também havia lágrimas, mas muito contidas, entre os colegas. E durante esse tempo, em frente à estátua de Prometeu, a figura mítica grega que dá as boas-vindas a quem entra no campus de Gualtar da UM, não pararam de chegar pessoas – terão sido entre 300 e 400 alunos que ali se reuniram. Aos jornalistas, nem uma palavra, além de alguns protestos quanto à forma como o caso foi tratado pela imprensa. Debaixo de chuva intensa, os estudantes da UM mantiveram-se imóveis durante mais de meia hora em silêncio absoluto.

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Durante 10 minutos, os estudantes permaneceram em silêncio, interrompido por um longo aplauso. Também havia lágrimas, mas muito contidas, entre os colegas. E durante esse tempo, em frente à estátua de Prometeu, a figura mítica grega que dá as boas-vindas a quem entra no campus de Gualtar da UM, não pararam de chegar pessoas – terão sido entre 300 e 400 alunos que ali se reuniram. Aos jornalistas, nem uma palavra, além de alguns protestos quanto à forma como o caso foi tratado pela imprensa. Debaixo de chuva intensa, os estudantes da UM mantiveram-se imóveis durante mais de meia hora em silêncio absoluto.

Nuno Ramalho, de 21 anos, e Vasco Rodrigues e João Vieira, ambos de 18, são as três vítimas mortais do acidente, todos alunos de Engenharia Informática. Nas primeiras filas do círculo que se juntou ao pé da estátua, eram os estudantes desse curso os que sobressaíam. Mas havia colegas de todos os cursos, alguns deles envergando o traje académico do Minho, com as fitas coloridas sinónimo de cada curso escondidas, em sinal de luto. No final da vigília, muitos deles arrancaram-nas do braço, deixando-as junto à estátua.

Também no local do acidente, multiplicavam-se as homenagens desde a manhã. A vedação colocada pela Câmara de Braga, isolando os destroços do muro que vitimou os três jovens, foi invadida por camisolas e cachecóis dos vários cursos da UM, faixas, velas e flores. E também uma grande bandeira do curso de Engenharia Informática, um dos mais antigos e concorridos da instituição.

A morte dos três alunos – num acidente que também fez quatro feridos, que já tiveram todos alta – está a ser investigada pelas autoridades policiais, decorrendo também uma peritagem às condições de segurança do muro, onde estavam embutidas caixas de correio que serviam os prédios de uma das principais zonas habitacionais nos arredores do pólo de Braga da UM.