Vasco Cordeiro diz que modelo para RTP-Açores não responde às necessidades da empresa na região

Líder do Governo Regional reuniu-se com o ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro.

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Pedro Cunha

"Nós vemos com preocupação esta proposta, porque consideramos que ela não responde, nessa análise sumária que foi possível fazer, àquilo que nós entendemos que é necessário fazer no centro regional da RTP-Açores", afirmou aos jornalistas Vasco Cordeiro, após uma audiência com o ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, em Ponta Delgada. O encontro serviu para Miguel Poiares Maduro apresentar a Vasco Cordeiro o modelo para o futuro da RTP-Açores, que passa pela criação de uma empresa regional para garantir a parte de conteúdos audiovisuais, ficando a RTP com a área da informação.

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"Nós vemos com preocupação esta proposta, porque consideramos que ela não responde, nessa análise sumária que foi possível fazer, àquilo que nós entendemos que é necessário fazer no centro regional da RTP-Açores", afirmou aos jornalistas Vasco Cordeiro, após uma audiência com o ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, em Ponta Delgada. O encontro serviu para Miguel Poiares Maduro apresentar a Vasco Cordeiro o modelo para o futuro da RTP-Açores, que passa pela criação de uma empresa regional para garantir a parte de conteúdos audiovisuais, ficando a RTP com a área da informação.

Para Vasco Cordeiro, este modelo não assegura uma "assunção plena e eficaz pelo Estado do cumprimento do serviço público de rádio e televisão na Região Autónoma dos Açores". "Nós compreendemos todos os constrangimentos que o país tem, que a RTP tem, mas há uma coisa que nos é particularmente difícil de compreender: é que foram feitos investimentos no país todo na rádio e televisão e agora que chega a vez dos Açores, se nós quisermos fazer com que a RTP-Açores, sobretudo a RTP [a televisão], recupere o atraso de décadas que tem do ponto de vista tecnológico, há aqui uma solução que não nos parece facilmente perceptível", sustentou.

Além da separação entre informação e produção de conteúdos audiovisuais, o chefe do executivo açoriano manifestou preocupação com a questão dos trabalhadores, património afecto à RTP-Açores, arquivo e o dinheiro que resulta da cobrança nas ilhas da taxa do audiovisual, verba que defende que deveria ficar nos Açores.

Vasco Cordeiro anunciou que a proposta formalmente conhecida nesta quarta-feira será agora analisada, comprometendo-se dentro de um mês a dar conhecimento ao ministro Poiares Maduro dos aspectos que merecem ser ponderados, uma posição que terá dimensão regional. "Julgo que esta é uma matéria que exige uma consulta alargada a outras entidades [para além do Governo Regional], nomeadamente os partidos políticos com assento parlamentar [na Assembleia Legislativa açoriana] no sentido de termos uma posição da região autónoma dos Açores", referiu Vasco Cordeiro.

Ministro diz que proposta assegura sustentabilidade

Também ouvido pela Lusa, o ministro Poiares Maduro disse que o modelo para o serviço público de rádio e televisão nos Açores que apresentou ao Governo Regional visa assegurar a sustentabilidade da RTP regional e é "positivo" para os trabalhadores. 
"Este modelo traz ganhos em várias áreas, designadamente no papel da região, no assegurar da sustentabilidade financeira da RTP-Açores e dos meios de financiamento necessário ao investimento, que é tão fundamental, aqui", declarou o ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, após uma reunião com a subcomissão de trabalhadores da RTP-Açores, em Ponta Delgada.

"A criação da nova empresa e a garantia da sustentabilidade da RTP-Açores é aquilo que mais tranquilidade poderá dar aos trabalhadores e motivá-los para o futuro. Os trabalhadores devem encarar este modelo como positivo, e espero que assim seja", sublinhou

Poiares Maduro sublinhou que existe um "problema global da RTP", que tem consequências nos centros regionais dos Açores e da Madeira, bem como no continente, e que tem a ver com a estrutura de custos, que a administração da empresa está a tentar reduzir com o menor custo social possível. "Estou confiante que, em conjunto com os trabalhadores, será encontrada uma solução que permita a redução dos custos de financiamento da RTP minimizando os custos sociais, o que é diferente da necessidade fundamental de assegurar o investimento no serviço público de rádio e televisão nos Açores", declarou.