Família, amigos e Internet determinantes para escolher destino de férias

Agências de viagens são mais usadas para comprar cruzeiros e pacotes turísticos. Viagens de avião ou reserva de alojamento mais reservados online.

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Reserva de cruzeiros é geralmente feita ao balcão das agências de viagens Enrik Vives-Rubio

O estudo “Digitalização do Turismo”, elaborado por quatro académicos da Universidade Europeia vai ser apresentado hoje numa conferência sobre a importância do turismo para a competitividade do economia e mostra como o papel das agências de viagens mudou com a proliferação da Internet, ferramenta fundamental de pesquisa.

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O estudo “Digitalização do Turismo”, elaborado por quatro académicos da Universidade Europeia vai ser apresentado hoje numa conferência sobre a importância do turismo para a competitividade do economia e mostra como o papel das agências de viagens mudou com a proliferação da Internet, ferramenta fundamental de pesquisa.

A partir de um inquérito feito a 804 portugueses (73% solteiros e 82% sem filhos) Cristiana Oliveira, Adriaan de Man, Sérgio Guerreiro e Liliana Faria concluíram que os turistas recorrem “de forma sistemática e criteriosa, a familiares, amigos e à Internet para recolherem mais informações sobre os destinos, sendo que estas fontes não só são as mais utilizadas como as mais importantes”. A pesquisa online é feita “quase sempre” por 41,4% dos inquiridos e 32,9% pedem quase sempre sugestões a amigos.

Ao balcão das agências de viagens deslocam-se os que querem comprar cruzeiros (52%), pacotes turísticos (57%), viagens de autocarro (28,9%) e viagens de comboio (27,7%). Por outro lado, abre o computador quem compra viagens de avião ou aluga automóveis. Cerca de 33% dos inquiridos prefere reservar alojamento através dos portais de viagens online.

Cristiana Oliveira, coordenadora da Escola de Turismo, Desporto e Hotelaria da Universidade Europeia, diz que mesmo com o crescimento dos serviços online, o papel dos agentes de viagens será sempre necessário como “conselheiro”. “Sabemos que os consumidores são mais informados e isso vai exigir destes profissionais maior capacidade de resposta. Os clientes não vão deixar de comprar viagens ao balcão”, prevê.

O estudo sublinha que a sustentabilidade das agências tradicionais “depende da sua capacidade de assumir novos papéis e garantir uma capacidade de resposta” à procura actual. Cristiana Oliveira acrescenta que há uma necessidade de “reinvenção do modelo de negócio” destas empresas, à semelhança do que se passa noutros sectores que competem com novos operadores e serviços na Internet. “Os turistas procuram a personalização, são cada vez mais exigentes e informados e importa que as agências tenham estes factores em consideração para garantir que inovem nos seus modelos de negócio”, continua a especialista.

Questionados sobre o grau de satisfação com a compra de viagens, os portugueses inquiridos mostram estar mais satisfeitos com os serviços prestados online. Cristiana Oliveira sublinha que “independentemente de ser uma agência de viagens, um portal ou prestador de serviços, a tendência é o consumidor” dar nota mais positiva à sua experiência de reserva online, em detrimento do atendimento ao telefone ou ao balcão. Questões como a segurança no processo de compra, o preço, o aconselhamento ou a ajuda nos processos burocráticos (como os vistos), são destacados como factores que levam os portugueses a recorrerem às agências de viagens.

Outra das conclusões do estudo prende-se com as motivações: os portugueses procuram lazer ou cultura e dizem que fazer, por exemplo, turismo religioso é “irrelevante”. Quase 43% dos inquiridos programas as férias com seis meses de antecedência e apenas 3,7% organiza as viagens uma semana antes.