Consumo de cerveja aumenta pela primeira vez desde 2006

Evolução ainda é tímida e foi impulsionada pelas vendas na grande distribuição. Consumo na restauração continua em queda.

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“Diria que é um primeiro sinal tímido de retoma e deixa-nos prudentemente optimistas”, comenta João Abecasis, presidente da Associação Portuguesa dos Produtores de Cerveja (Apcv). O crescimento das vendas nas prateleiras da grande distribuição contrasta com a queda sentida na restauração, o canal por excelência para a comercialização desta bebida. No ano passado, 66% da cerveja vendida em Portugal foi consumida nos restaurantes, abaixo dos 67,5% registados em 2012. Ao mesmo tempo, o consumo em casa cresceu de 32,5% para 34% do total.

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“Diria que é um primeiro sinal tímido de retoma e deixa-nos prudentemente optimistas”, comenta João Abecasis, presidente da Associação Portuguesa dos Produtores de Cerveja (Apcv). O crescimento das vendas nas prateleiras da grande distribuição contrasta com a queda sentida na restauração, o canal por excelência para a comercialização desta bebida. No ano passado, 66% da cerveja vendida em Portugal foi consumida nos restaurantes, abaixo dos 67,5% registados em 2012. Ao mesmo tempo, o consumo em casa cresceu de 32,5% para 34% do total.

“O consumo aumentou explicitamente devido à grande distribuição é não à horeca [hotéis, restaurantes e bares], que é o mais importante para o sector, que tem vindo a ser penalizado desde o acentuar da crise em 2011, e pelo aumento do IVA na restauração de 13 para 23% em 2012. O ano de 2013 veio a revelar-se um ano de copo meio cheio: o primeiro semestre foi de declínio e o segundo foi de alguma retoma”, continua o presidente da Apcv, que também lidera a Unicer, dona da Super Bock.

Dados recentes da Kantar Worldpanel, empresa de estudos de mercado, indicam que a cerveja foi um dos produtos com mais promoções nos supermercados. Questionado sobre a descida de rentabilidade das empresas, obrigadas a descer os preços para impulsionar o consumo, João Abecasis preferiu antes destacar a “resiliência do sector ao longo dos anos”. “Em 2013 conseguiu dar a volta pela primeira vez”, sublinhou.

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Num ano em que se perdeu uma unidade fabril (a Unicer transferiu a produção em Santarém para Leça do Balio), as seis fábricas do sector cervejeiro a funcionar em Portugal tiveram a menor produção desde 2007: 7,3 milhões de hectolitros, uma descida de 8,3%. As exportações caíram 22% (2,5 milhões de hectolitros), com o principal cliente, Angola a comprar menos 26,3 milhões de euros, de acordo com os dados do INE. Este país absorve perto de 62% da cerveja nacional e teve uma influência decisiva para a quebra total das exportações desta bebida. A greve nos Portos, problemas de desalfandegamento no destino - que atrasaram em vários meses a entrada de cerveja em Angola - e a incerteza causada pelo aumento das pautas aduaneiras (entretanto em vigor), ajudam a explicar esta diminuição de vendas. 

Com sinais “tímidos” de recuperação, a Apcv defende que são precisas medidas concretas, nomeadamente “a reposição da taxa do IVA aplicado à restauração” para garantir que o sector mantenha a trajectória. “Este é o momento de os agentes políticos, económicos e da sociedade civil terem discussões de forma aberta sobre as medidas a tomar”, defende João Abecasis. O ano de 2014 dependerá muito da revisão fiscal e o IVA é “fundamental para estimular o emprego e a vitalidade do sector da restauração e hotelaria”, continua.

Em impostos indirectos, o sector contribuiu em mais de 226 milhões de euros para o Estado, o que representa um aumento de 1,6% face a 2012.

A Apcv representa todas as empresas cervejeiras em Portugal, como a Unicer , Sociedade Central de Cervejas, Empresas de Cervejas da Madeira ou Font Salem.