A Unicer está a atribuir um selo de qualidade aos restaurantes que melhor tiram cerveja para tentar travar a queda de vendas nestes espaços e valorizar a bebida. O projecto de certificação da qualidade abrangeu, até agora, dois mil estabelecimentos e, a manter-se o ritmo, a intenção é conseguir distinguir as boas práticas cervejeiras em dez mil restaurantes ao longo de 2014.

No total, a cervejeira nortenha está em 38 mil postos de venda, número que desceu com a crise que afectou o sector. Cerca de 55% do volume de cerveja da Unicer é vendido no canal Horeca (hotéis, bares e restaurantes) e, segundo Rui Freire, administrador executivo de marketing, terão encerrado dez mil estabelecimentos no último ano. “Nós perdemos alguns, mas conseguimos crescer em volume mais 1% em 2013 face a 2012”, afirma. Citando dados da consultora Nielsen para o mercado global, Rui Freire adianta que as vendas de cerveja nos hiper e supermercados aumentaram 7%, ao mesmo tempo que na restauração recuaram 5%.

O programa de valorização está integrado numa estratégia de comunicação que tem como meta realçar a “experiência cervejeira” e a “excelência do produto”. Além da certificação, a empresa começou por dar formação aos empresários e garante que, entre os que já concluíram, a “performance [de vendas] é superior”. Sexta-feira arranca uma campanha de comunicação multimeios que vai ditar o posicionamento da cervejeira este ano.

“O objectivo é garantir a qualidade. Que o produto chegue nas condições ideais ao consumidor e aumentar a fidelização e tráfego de clientes”, resume Rui Freire, dizendo que este é o “grande projecto da marca este ano”.

As vendas de cerveja em Portugal caíram 1% o ano passado (dados Nielsen) e a queda não foi muito pronunciada graças ao “excelente Verão e ao fluxo turístico”. O administrador executivo de marketing diz mesmo que o turismo nunca foi tão importante para o sector como em 2013.

De acordo com dados recentes do Banco de Portugal, os gastos feitos por estrangeiros no país atingiram um valor-recorde de 9249 milhões de euros, uma subida de 7,5% face a 2012. No conjunto, franceses, britânicos e espanhóis representaram 46,6% das receitas turísticas nacionais e foram responsáveis por 34,5% do crescimento absoluto registado entre 2012 e 2013 (644 milhões de euros).