O filho da maldade

Sempre confiei nas estrelas dos críticos de cinema. No dia 30 de Março, n'As Estrelas do PÚBLICO, ocorreu o pior que pode acontecer a um filme: O Filho de Deus teve uma branca do lado esquerdo (Jorge Mourinha poupou duas horas de vida, não tendo ir ver o filme), outra do lado direito (Vasco Câmara também se baldou) e, no meio, fatal, a bola de Luís Miguel Oliveira.

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Sempre confiei nas estrelas dos críticos de cinema. No dia 30 de Março, n'As Estrelas do PÚBLICO, ocorreu o pior que pode acontecer a um filme: O Filho de Deus teve uma branca do lado esquerdo (Jorge Mourinha poupou duas horas de vida, não tendo ir ver o filme), outra do lado direito (Vasco Câmara também se baldou) e, no meio, fatal, a bola de Luís Miguel Oliveira.

Este código Morse (barra-bola-barra) é simétrico e devastador. Luís Miguel Oliveira escreveu aqui no PÚBLICO sobre o filme que "é tão mau que põe tudo numa perspectiva nova: ao pé dele, até [Mel] Gibson é parecido com DeMille, até Zeffirelli é parecido com Oliveira – pois ao menos tinham alguma ideia, minimamente pessoal, sobre o que estavam a filmar".

É verdade. Cada maldade nova, se for imensa, relativiza as anteriores. Cada vez que se passa um limite de maldade (mesmo que seja a assassinar criancinhas), as maldades anteriores são despromovidas: isto é, tornadas menos más.

Parece-me mal que "Razoável" seja a figura de três estrelas do meio. Deveria ser "Medíocre", no sentido literal que tem. A bola deveria dizer "Péssimo"; uma estrela deveria dizer "Mau" e duas estrelas deveriam dizer "Medíocre".

O "Bom", o "Muito bom" e o "Excelente" ficariam como estão, com três, quatro e cinco estrelas. Assim tudo ficaria mais claro. Quase todos os filmes são péssimos, mas a maioria dos que restam são maus. Há uma pequena minoria que consegue ser apenas medíocre.

O resto, que é pouco, é o que interessa.