Divergente

Começa a ser preocupante esta insistência dos estúdios americanos em encontrar o próximo franchise que permita substituir Harry Potter e outros Twilight no coração dos adolescentes. A mais recente entrada é Divergente, distopia futurista à la Jogos da Fome baseada numa trilogia da jovem romancista Veronica Roth. Numa Chicago futurista isolada do mundo após um cataclismo inexplicado, que sobreviveu graças ao equilíbrio precário entre cinco “facções”, uma adolescente descobre que não se enquadra em nenhuma das cinco “virtudes” que as definem e tropeça numa conspiração para eliminar os inconformistas e inconformados. A ironia desta produção, paredes-meias com o cinismo puramente mercantil, é que uma história que elogia a independência, o individualismo e a garra da heroína (Shailene Woodley, de Os Descendentes) se conforme tão displicentemente a uma saturadíssima fórmula de entretenimento romântico.

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Começa a ser preocupante esta insistência dos estúdios americanos em encontrar o próximo franchise que permita substituir Harry Potter e outros Twilight no coração dos adolescentes. A mais recente entrada é Divergente, distopia futurista à la Jogos da Fome baseada numa trilogia da jovem romancista Veronica Roth. Numa Chicago futurista isolada do mundo após um cataclismo inexplicado, que sobreviveu graças ao equilíbrio precário entre cinco “facções”, uma adolescente descobre que não se enquadra em nenhuma das cinco “virtudes” que as definem e tropeça numa conspiração para eliminar os inconformistas e inconformados. A ironia desta produção, paredes-meias com o cinismo puramente mercantil, é que uma história que elogia a independência, o individualismo e a garra da heroína (Shailene Woodley, de Os Descendentes) se conforme tão displicentemente a uma saturadíssima fórmula de entretenimento romântico.


Pelo caminho, há uma série de ideias interessantes (quase todos ligadas ao acordar da consciência social e política) que ficam quase inteiramente pela sugestão, como um outro (e mais inteligente) filme que, precisamente por “divergir” da fórmula, ficou por fazer. Neil Burger dirigiu em tempos um bem interessante Ilusionista (2005), limita-se aqui meramente a ilustrar (com alguma elegância, é certo) o que lhe é pedido. Missão cumprida, podemos passar à frente.