Da street art à arte de Cartier-Bresson, o Axa abre portas à cultura mesmo sem fundos europeus
Edifício nos Aliados continua a ser o pólo aglutinador da actividade de várias instituições culturais do Porto. Por ali passaram 250 mil pessoas em 2013.
Será o apelo a um público diferente do que, no ano passado, frequentou o edifício. Esta quinta-feira, na apresentação das linhas fortes de 2014, o presidente da Câmara, Rui Moreira, e o administrador da Porto Lazer, Hugo Neto, assumiram a necessidade de colocar o Axa na rota dos turistas que, cada vez em maior número, visitam o Porto. E aproveitando a presença, na sala, de representantes de Serralves e da Casa da Música, o autarca voltou a insistir que a Cultura, geradora de uma imagem de cidade inovadora e criativa, é uma área determinante para a captação de um turismo diferenciado, com maior poder de compra e gerador, por isso, de mais-valias para outros sectores económicos da cidade.
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Será o apelo a um público diferente do que, no ano passado, frequentou o edifício. Esta quinta-feira, na apresentação das linhas fortes de 2014, o presidente da Câmara, Rui Moreira, e o administrador da Porto Lazer, Hugo Neto, assumiram a necessidade de colocar o Axa na rota dos turistas que, cada vez em maior número, visitam o Porto. E aproveitando a presença, na sala, de representantes de Serralves e da Casa da Música, o autarca voltou a insistir que a Cultura, geradora de uma imagem de cidade inovadora e criativa, é uma área determinante para a captação de um turismo diferenciado, com maior poder de compra e gerador, por isso, de mais-valias para outros sectores económicos da cidade.
Nos seus sete pisos dinamizados por dezenas de instituições e milhares de artistas, a maioria deles emergentes, o Axa, segundo um estudo realizado pelo Porto Business School, atraiu outro público. A grande maioria das 250 mil pessoas que por aqui passaram em 2013 vivia no Porto (28% dizia viver no “centro” da cidade). Foi uma audiência jovem, com formação superior, que entre os 270 eventos organizados valorizou sobretudo a música e as exposições. Que serão, em 2014, uma parte importante da oferta anunciada esta quinta-feira.
Até à chegada das fotografias de Cartier-Bresson, o Axa será a partir de 30 de Abril a casa das artes de rua, num evento que colocará dentro de portas nomes que nos habituamos a ver em muros e fachadas, como os portugueses Alma, DOC, Draw, Ego, Eime, Fedor, GodMess, Hazul, Mesk, Mots, Mr. Dheo, Neutro, Oker, Third, Biancoshock (Itália) e Okuda (Espanha). A música, que pontuará a programação ao longo do ano – graças a parcerias com a associação Porta-Jazz, entre outras – terá um momento forte com a entrada do edifício no roteiro do Optimus Debandada, um festival que se espalha pela cidade, em Setembro.
A abertura aos emergentes é uma constante da programação, que inclui exposições de finalistas de vários cursos de escolas artísticas, como as Belas Artes, a Escola Superior artística. Uma linha que segue em paralelo com a abertura a manifestações mais exploratórias das novas fronteiras da arte, como acontecerá em Junho com o fórum xCOAx, que reunirá artistas, cientistas da computação e comunicólogos.
Hugo Neto mostrou-se satisfeito com as redes criadas a partir do primeiro ano de ocupação do Axa. Redes entre artistas da mesma área, outras mais interdisciplinares. E a programação já definida para este ano pela programadora Cláudia Melo aponta para a manutenção desses links, como se depreende do festival de performance urbana Corpo+Cidade, produção do Balletteatro que mescla a dança com o vídeo, a performance, em vários espaços da cidade, saindo, assim, do próprio edifício. Da mesma forma, em Outubro, a iniciativa 20XXVinte reunirá vinte bandas, vinte DJ’s e 20 designers.
Numa conferência de imprensa em que não esteve o vereador da Cultura, Paulo Cunha e Silva, Rui Moreira destacou o papel da Porto Vivo – Sociedade de Reabilitação Urbana do Porto (SRU) Lazer na promoção do 1.ª Avenida no Axa. E explicou que, apesar da preponderância que a cultura volta a ter na política da autarquia, com a reactivação do Pelouro, decidiu manter a funcionar a empresa municipal responsável pelas actividades ditas de animação urbana, e que se manterá à frente do programa deste edifício. Já o futuro da SRU, insistiu, está dependente do Governo, do qual o autarca espera, até à assembleia-geral a realizar no final do mês, uma resposta positiva.
Quer Rui Moreira quer Carlos Brito, pró-reitor da Universidade do Porto que apresentou o estudo sobre o impacto do 1.ª Avenida, destacaram a percepção, por parte dos visitantes, de que a dinamização dos Aliados, por via das actividades no Axa, tem algum efeito na reabilitação urbana. O presidente da Câmara admitiu que foi muito positivo que, desde o ano passado, tenham sido conhecidos dois novos projectos para hotéis na praça e que uma das mais caras lojas do país tenha decidido abrir portas nesta localização. “Pode ter sido por acaso. Mas se pudermos contribuir para que o caso seja cada vez melhor, assim faremos”, assinalou Moreira.