Pussy Riot atacadas com anti-séptico por um grupo de homens

Activistas foram agredidas num restaurante quando se dirigiam para o local onde Maria Aliokhina esteve presa.

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As duas activistas durante um protesto em Sochi, no mês passado Reuben Easey/AFP

As duas mulheres, libertadas em Dezembro da prisão por uma amnistia presidencial pouco antes dos Jogos Olímpicos de Inverno, estavam num restaurante McDonald’s em Nijni Novgorod, cidade a 400 quilómetros a leste da capital, quando um grupo de pelo menos cinco homens as abordou. Num vídeo que colocaram online é possível ver que os atacantes as empurram, gritam obscenidades e lançam sobre elas lixo e um líquido verde, identificado como sendo anti-séptico. Pelo menos dois dos atacantes envergavam ao peito um laço de S. Jorge, símbolo nacionalista que comemora a vitória das tropas soviéticas sobre o Exército nazi na II Guerra Mundial.

Tolokonnikova divulgou mais tarde no Twitter a fotografia de um certificado médico em que se atesta que sofreu queimaduras de primeiro grau num olho, na cara e nas mãos. Aliokhina, que surge no vídeo com a cara ensaguentada, refere ter sido suturada a um golpe que sofreu na cabeça.

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As duas mulheres, libertadas em Dezembro da prisão por uma amnistia presidencial pouco antes dos Jogos Olímpicos de Inverno, estavam num restaurante McDonald’s em Nijni Novgorod, cidade a 400 quilómetros a leste da capital, quando um grupo de pelo menos cinco homens as abordou. Num vídeo que colocaram online é possível ver que os atacantes as empurram, gritam obscenidades e lançam sobre elas lixo e um líquido verde, identificado como sendo anti-séptico. Pelo menos dois dos atacantes envergavam ao peito um laço de S. Jorge, símbolo nacionalista que comemora a vitória das tropas soviéticas sobre o Exército nazi na II Guerra Mundial.

Tolokonnikova divulgou mais tarde no Twitter a fotografia de um certificado médico em que se atesta que sofreu queimaduras de primeiro grau num olho, na cara e nas mãos. Aliokhina, que surge no vídeo com a cara ensaguentada, refere ter sido suturada a um golpe que sofreu na cabeça.

Este é o segundo ataque divulgado pelas duas jovens desde que saíram na prisão. Em Fevereiro revelaram ter sido detidas e acusadas de roubo quando se deslocaram a Sochi, para protestar contra o aproveitamento político dos Jogos, e dias depois publicaram um vídeo em que mostravam como foram agredidas e chicoteadas por cossacos quando tentavam protestar junto à cidade olímpica.

Presas durante quase dois anos por uma acção de protesto contra o Presidente Vladimir Putin numa catedral de Moscovo – uma “oração punk” que lhes valeu uma condenação a sete anos de prisão por ódio religioso –, as duas activistas anunciaram, após a amnistia, que iam aproveitar a visibilidade conseguida em defesa dos direitos dos detidos nas prisões da Rússia. Quando foram atacadas, na quinta-feira, iam a caminho do estabelecimento prisional onde Aliokhina esteve detida.

Reconhecidas no Ocidente como activistas da liberdade de expressão, os seus métodos e o seu discurso são repudiados em boa parte da Rússia, sobretudo fora de Moscovo, onde o Presidente russo mantém níveis elevados de popularidade.

Tolokonnikova responsabilizou a polícia local pelo ataque, mas as autoridades asseguraram que o incidente está a ser investigado e admitem que poderá não passar de um gesto de propaganda das duas jovens. “Elas dizem que foi uma provocação das autoridades de segurança. Estas podem dizer que foi uma acção de relações públicas das Pussy Riot”, respondeu uma porta-voz da polícia.