Outro bebé nascido com VIH talvez em remissão

Pela segunda vez, tratamento com anti-retrovirais de bebé recém-nascido infectado pelo VIH eliminou sinais da infecção.

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Um dos bebés tratados com antirretrovirais voltou a apresentar sinais do VIH REUTERS / Edgard Garrido

A razão desta aparente remissão: o facto de os médicos terem começado a administrar-lhe, apenas quatro horas após a nascença, um cocktail de anti-retrovirais em doses terapêuticas. O resultado foi anunciado na quarta-feira durante um congresso médico em Boston, numa comunicação proferida por Deborah Persaud, da Universidade Johns Hopkins (EUA), ao resumo da qual o PÚBLICO teve acesso.

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A razão desta aparente remissão: o facto de os médicos terem começado a administrar-lhe, apenas quatro horas após a nascença, um cocktail de anti-retrovirais em doses terapêuticas. O resultado foi anunciado na quarta-feira durante um congresso médico em Boston, numa comunicação proferida por Deborah Persaud, da Universidade Johns Hopkins (EUA), ao resumo da qual o PÚBLICO teve acesso.

Persaud e colegas já tinham revelado, no ano passado, o primeiro caso de um bebé infectado pelo VIH que, graças a um tratamento extremamente precoce com altas doses de anti-retrovirais, continuava em remissão aos três anos de vida – e isso apesar de o tratamento ter sido interrompido quando tinha 18 meses, porque os médicos perderam o contacto com a mãe. E agora, a cientista tornou a confirmar que o organismo daquele primeiro bebé permanece, ainda hoje, livre de sinais de infecção activa pelo VIH.

Quanto ao segundo bebé, que continua a ser tratado com uma triterapia anti-retroviral num hospital da Califórnia, não apresenta actualmente níveis detectáveis do vírus da sida no sangue e os seus níveis de linfócitos CD4 e CD8 (glóbulos brancos do sangue que são alvos preferenciais do VIH) são normais, explicou ainda Persaud.

Para mais, o facto de o segundo bebé ter sido tratado de forma ainda mais imediata do que o primeiro (às quatro horas de vida em vez de 31 horas) permitiu reduzir a carga viral para níveis indetectáveis em apenas seis dias (contra 29 dias no caso de primeiro bebé).

Contudo, os cientistas avisam que vão ser precisos mais estudos antes de se ter a certeza de que esta estratégia funciona. “A única maneira de provarmos que conseguimos uma remissão nestas crianças é parar o tratamento, o que tem riscos para a sua saúde [se o vírus ressurgir]”, disse ainda Persaud, citada pela agência Reuters.