O Céu sobre os Ombros

Entre a ficção e o documentário, o filme do brasileiro Sérgio Borges, exibido no IndieLisboa 2011, acompanha três residentes da cidade de Belo Horizonte nos seus quotidianos complexos e contraditórios: um Hare Krishna que trabalha num call-center e faz parte de uma claque de futebol, um transsexual que dá aulas de psicologia na universidade, um escritor desempregado que é também solitário e introvertido. No seu alinhamento com as experiências do “cinema do real”, introduzindo técnicas da ficção em bases documentais, que o DocLisboa ou o Indie nos têm vindo a revelar, O Céu Sobre os Ombros é um bom exemplo do cinema “alternativo” e investigador que se está a fazer no país irmão e que raramente chega às nossas salas. Mas, no reverso da medalha, é também uma obra bastante frágil, ensimesmada, como se tivesse perdido o rumo a meio e procurado resgatar o material filmado de modo elíptico, desequilibrado no modo como revela (ou não) a essência das personagens que observa. É um objecto que faz mais sentido existir nos circuitos “de festivais”, e cuja estreia comercial, com quatro anos de atraso sobre a produção e três sobre a passagem no Indie, pouca justificação tem.

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Entre a ficção e o documentário, o filme do brasileiro Sérgio Borges, exibido no IndieLisboa 2011, acompanha três residentes da cidade de Belo Horizonte nos seus quotidianos complexos e contraditórios: um Hare Krishna que trabalha num call-center e faz parte de uma claque de futebol, um transsexual que dá aulas de psicologia na universidade, um escritor desempregado que é também solitário e introvertido. No seu alinhamento com as experiências do “cinema do real”, introduzindo técnicas da ficção em bases documentais, que o DocLisboa ou o Indie nos têm vindo a revelar, O Céu Sobre os Ombros é um bom exemplo do cinema “alternativo” e investigador que se está a fazer no país irmão e que raramente chega às nossas salas. Mas, no reverso da medalha, é também uma obra bastante frágil, ensimesmada, como se tivesse perdido o rumo a meio e procurado resgatar o material filmado de modo elíptico, desequilibrado no modo como revela (ou não) a essência das personagens que observa. É um objecto que faz mais sentido existir nos circuitos “de festivais”, e cuja estreia comercial, com quatro anos de atraso sobre a produção e três sobre a passagem no Indie, pouca justificação tem.