Emigrantes africanos vistos pelo fotojornalista John Stanmeyer são a foto do ano World Press Photo

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Intitulada Signal, a imagem data de 26 de Fevereiro e foi publicada na revista National Geographic. John Stanmeyer, segundo a nota biográfica fornecida pelo júri do prémio, trabalha quase exclusivamente com a conceituada publicação norte-americana na última década, mas fez fotografia também para a revista Time entre 1998 e 2008, tendo fotografado a guerra no Afeganistão ou a luta pela independência em Timor-Leste. Foi responsável por 18 capas da emblemática revista americana.

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Intitulada Signal, a imagem data de 26 de Fevereiro e foi publicada na revista National Geographic. John Stanmeyer, segundo a nota biográfica fornecida pelo júri do prémio, trabalha quase exclusivamente com a conceituada publicação norte-americana na última década, mas fez fotografia também para a revista Time entre 1998 e 2008, tendo fotografado a guerra no Afeganistão ou a luta pela independência em Timor-Leste. Foi responsável por 18 capas da emblemática revista americana.

Como contextualiza o júri, o Djibuti é um ponto de paragem comum para aqueles que viajam por África entre países como a Somália, a Etiópia e a Eritreia “em busca de uma vida melhor” noutras regiões ou continentes como a Europa ou o Médio Oriente. Além do grande prémio da organização, que distingue assim a foto do ano, a imagem de Stanmeyer venceu também o primeiro prémio da categoria de Temas Contemporâneos.

A polissemia da imagem em causa é o elemento mais destacado pelos membros do júri ao explicar a sua escolha para o grande prémio World Press Photo – o jurado norte-americano David Guttenfelder classifica-a mesmo como “uma mensagem numa garrafa”. “É uma fotografia que está ligada a tantas outras histórias – abre discussões sobre tecnologia, globalização, migração, pobreza, desespero, alienação, humanidade. É uma imagem muito sofisticada e poderosamente matizada”, disse na conferência de imprensa Jillian Edelstein, um dos membros do júri, sobre a imagem Signal.

O júri de 19 profissionais do fotojornalismo e documentário, que se debruçou durante duas semanas sobre as imagens candidatas, procura na imagem vencedora “a mesma qualidade que procuraríamos num grande filme ou na literatura – a impressão de que existe em mais do que um nível, que nos faz pensar sobre coisas em que não tínhamos pensado”, diz Susan Linfield, também jurada, que descreve a fotografia do ano como “digna”.

Nas categorias de actualidade, o ano de 2013, visto pelas lentes de fotojornalistas de 25 países segundo a escolha da World Press Photo, foi marcado pelas catástrofes naturais como o tufão Hayan e os seus efeitos devastadores nas Filipinas em Novembro (foto vencedora na categoria de actualidade, por Phillipe Lopez, da AFP ) ou o sismo de Abril no Bangladesh, mas também pelas tensões agudizadas em regiões do globo como o Médio Oriente ou Estados Unidos. Nos EUA, destaca-se o atentado perto da meta da maratona de Boston em Abril; já a situação na Faixa de Gaza continua a ser motivo de reportagem por jornalistas de todo o mundo, bem como, num crescendo mortal em 2013, a guerra civil na Síria, fotografada pelo sérvio Goran Tomasevic para a agência Reuters numa série premiada na categoria de reportagem de actualidade.

Os prémios, atribuído pela fundação homónima com sede em Amsterdão desde 1955, distribuem-se por nove categorias em que são distinguidos os três primeiros prémios. Este ano, foram atribuídos a 53 fotógrafos entre 98.671 imagens candidatas, submetidas à apreciação do júri por 5754 fotógrafos de 132 países. A polémica gerada no ano passado sobre se a foto do grande prémio tinha ou não sido manipulada fez com que nesta edição as regras se tenham alterado, sendo os autores das imagens a concurso obrigados a enviar também os ficheiros originais e não tratados das fotografias em causa, ou os negativos, em caso de ser usado filme. O vencedor recebe 10 mil euros de prémio, além de uma máquina e um conjunto de lentes, e os distinguidos com os primeiros prémios em cada categoria recebem 1500 euros.

As fotografias premiadas estarão durante um ano a viajar pelo mundo na exposição itinerante que mostra os melhores trabalhos de 2013 de fotojornalistas de várias nacionalidades. O ponto de partida da exposição é Amesterdão, inaugurada a 18 de Abril. Depois, parte para cem cidades em 45 países.  

Lista completa dos vencedores aqui.