Pires de Lima diz que salários baixos não devem ser um factor competitivo

Ministro da economia alertou para o facto de “o desemprego de longa duração ter efeitos sociais duradouros, e ter efeitos também sobre a qualidade do capital humano”.

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Ministro da Economia diz que a “exposição dos casos BES e PT” pode ser “uma oportunidade para mudar alguns maus hábitos” Pedro Cunha

António Pires de Lima defendeu, nesta quarta-feira, durante o IX encontro da COTEC em Lisboa, que os baixos custos do trabalho não devem ser um factor competitivo para o crescimento da economia, indo ao encontro das considerações tecidas por Cavaco Silva na mesma reunião.

“Ninguém pretende especializar países da europa do sul em centros industriais que tenham como factor competitivo os baixos salários dos seus trabalhadores”, disse Pires de Lima, enfatizando a importância da formação e especialização de recursos humanos “para que o custo do factor trabalho se torne uma questão cada vez menos crítica”.

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António Pires de Lima defendeu, nesta quarta-feira, durante o IX encontro da COTEC em Lisboa, que os baixos custos do trabalho não devem ser um factor competitivo para o crescimento da economia, indo ao encontro das considerações tecidas por Cavaco Silva na mesma reunião.

“Ninguém pretende especializar países da europa do sul em centros industriais que tenham como factor competitivo os baixos salários dos seus trabalhadores”, disse Pires de Lima, enfatizando a importância da formação e especialização de recursos humanos “para que o custo do factor trabalho se torne uma questão cada vez menos crítica”.

Outra das preocupações demonstradas pelo ministro, no encontro subordinado ao tema da reindustrialização, diz respeito aos níveis do desemprego e às consequências negativas que têm sobre as competências da população activa do país. “O desemprego de longa duração tem efeitos sociais duradouros, e tem efeitos também sobre a qualidade do capital humano particularmente quando os jovens são afectados, e têm sido”, declarou.

“O apoio à criação de alternativas ao financiamento bancário” e a “consolidação de um mercado europeu, em Portugal e nos países mediterrânicos”, nomeadamente, nas áreas da energia e dos transportes foram dois dos factores chave enumerados pelo ministro da economia.

Acrescentou também a importância da “promoção da investigação, da inovação e do empreendedorismo”, no âmbito do programa europeu de apoio à investigação científica e inovação - Horizonte 2020, bem como um “ambiente regulamentar favorável aos negócios”, em particular às pequenas e médias empresas.