Presidente da Tratolixo demite-se por "desconhecer" estratégia da empresa

José António Parente tinha assumido o cargo em Abril de 2013. Empresa de resíduos tem uma dívida de 130 milhões de euros.

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Tratolixo é responsável pelo tratamento do lixo de 830 mil pessoas

Numa carta enviada aos autarcas dos quatro municípios, datada de 28 de Janeiro e a que a Lusa teve acesso, José António Parente refere que foram constituídos grupos de trabalho para "estudo e encontro de soluções financeiras e técnicas para o futuro da Tratolixo" e que foram realizadas "inúmeras reuniões" sem o seu conhecimento.

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Numa carta enviada aos autarcas dos quatro municípios, datada de 28 de Janeiro e a que a Lusa teve acesso, José António Parente refere que foram constituídos grupos de trabalho para "estudo e encontro de soluções financeiras e técnicas para o futuro da Tratolixo" e que foram realizadas "inúmeras reuniões" sem o seu conhecimento.

"Só soube da existência [das reuniões] muitas vezes a posteriori e sem qualquer relato de informação proveniente das mesmas, desconhecendo por completo os assuntos abordados/trabalhados", afirma. José Luís Parente considera, por isso, que "deve prevalecer a verdade, a honra, a dignidade e o princípio do respeito pelos outros".

"Sou levado a concluir que devo colocar o meu lugar à disposição, apresentando deste modo a demissão do cargo de administrador da Tratolixo", sustenta. Parente entrou para a liderança da empresa em Abril de 2013, sucedendo a Domingos Saraiva, numa altura em que estava em curso um processo especial de reabilitação, uma figura alternativa aos processos de insolvência.

A Tratolixo, que apresenta uma dívida de 130 milhões de euros, é uma empresa intermunicipal de capitais integralmente públicos, detida em 100% pela AMTRES - Associação de Municípios de Cascais, Mafra, Oeiras e Sintra para o Tratamento de Resíduos Sólidos. É responsável pelo tratamento do lixo de 830 mil pessoas.