Ministro da Defesa recebe trabalhadores dos Estaleiros, Martifer também está disponível

No dia seguinte ao plenário onde os trabalhadores pediram diálogo, tanto Aguiar-Branco como Carlos Martins avançam com disponibilidade de reuniões.

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Aguiar-Branco considera existir um "Estado social absorvente" Daniel Rocha

A reunião está agendada para as 15h30, no Ministério da Defesa Nacional (MDN). À Lusa, fonte oficial do ministério tutelado por Aguiar-Branco recordou que "no início do processo [concurso da subconcessão] foram apresentadas propostas e solicitados contributos no âmbito do plano social em curso", mas que "não tiveram resposta da comissão de trabalhadores".

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A reunião está agendada para as 15h30, no Ministério da Defesa Nacional (MDN). À Lusa, fonte oficial do ministério tutelado por Aguiar-Branco recordou que "no início do processo [concurso da subconcessão] foram apresentadas propostas e solicitados contributos no âmbito do plano social em curso", mas que "não tiveram resposta da comissão de trabalhadores".

"O MDN está, como sempre esteve, disponível para dialogar, esclarecer e trabalhar em conjunto com todas as entidades no sentido de encontrar as melhores soluções no âmbito do encerramento da empresa, determinado pela abertura do processo da Comissão Europeia aos auxílios de Estado ilegais", disse a fonte.

Também o presidente do grupo Martifer manifestou esta terça-feira a intenção de encetar um "diálogo salutar e transparente" com os trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), conforme solicitação apresentada na segunda-feira.

O líder do grupo privado que venceu o concurso da subconcessão dos ENVC reagia desta forma à decisão dos trabalhadores daquela empresa pública que, na segunda-feira, autorizaram os dirigentes sindicais a solicitarem uma reunião à Martifer, para conhecerem o plano de contratação previsto.

Carlos Martins recordou que a empresa West Sea, criada pelo grupo Martifer para operar em Viana do Castelo e onde prevê criar 400 postos de trabalho, "ainda não tomou posse das instalações e das infra-estruturas" dos ENVC que lhe foram sub-concessionadas pelo Estado.

Contudo, explicou, "isso não invalida que a administração da West Sea queira manter um diálogo salutar e transparente com os trabalhadores" e que "esteja disponível para, no momento oportuno, se reunir com os representantes sindicais".

O administrador sublinha que só "com um diálogo franco e com paz laboral" será "possível levar em frente um projecto que vai devolver a construção e reparação naval a Viana do Castelo", permitindo "manter uma tradição com mais de 70 anos de existência".

Reunidos em plenário, os trabalhadores dos ENVC autorizaram os dirigentes sindicais a solicitarem uma reunião com a administração do novo sub-concessionário, de quem esperam "boa-fé". "Estamos a dar o passo da parte sindical", afirmou, na ocasião, Branco Viana, coordenador da União de Sindicatos de Viana do Castelo, estrutura que está a conduzir estes contactos.

A nova empresa West Sea iniciou na passada quinta-feira o recrutamento de trabalhadores para a nova unidade em Viana do Castelo, tendo a administração garantido, anteriormente, que a "prioridade" seria para os 609 funcionários dos ENVC. Nesta altura, mantêm-se com vinculo à empresa pública pouco mais de 450 trabalhadores.

"Temos a esperança que uma grande parte destes trabalhadores sejam contratados para uma empresa que venha a continuar a ser de construção e reparação naval como são os estaleiros de Viana do Castelo", admitiu o sindicalista Branco Viana. Sobre a vontade de dialogar, afirma resultar da "necessidade" de "salvaguardar" os direitos dos trabalhadores, nomeadamente para "saber qual o plano de contratações" dos actuais trabalhadores dos ENVC pelo novo sub-concessionário.

Contudo mantêm o apelo à "resistência" dos trabalhadores às revogações amigáveis dos contratos de trabalho, como forma de "defender os seus direitos", nomeadamente sobre o fundo de pensões da empresa, para o qual descontaram ao longo dos anos.