João Tordo deixa grupo Leya e vai ter nova editora para o seu próximo romance

Saída nada tem a ver com o fim do contrato da Leya relativo à obra de José Saramago, diz o escritor.

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miguel manso

O Diário de Notícias escreve na sua edição de quinta-feira que Tordo poderia estar de saída da Leya, juntando-se o nome do jovem escritor ao de Mário de Carvalho, que em 2012 abandonou também o grupo e sua chancela, a Caminho – a mesma de José Saramago. Ao PÚBLICO, João Tordo confirmou: “Vou publicar o meu próximo romance noutra editora”. E frisou que esta sua decisão “não tem nada a ver com o que se passou com Saramago. Estou muito triste, sobretudo pelo Zeferino” Coelho, o editor de sempre do Nobel da Literatura (que morreu em Junho de 2010) e que acompanhou a sua carreira ao longo de 35 anos.

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O Diário de Notícias escreve na sua edição de quinta-feira que Tordo poderia estar de saída da Leya, juntando-se o nome do jovem escritor ao de Mário de Carvalho, que em 2012 abandonou também o grupo e sua chancela, a Caminho – a mesma de José Saramago. Ao PÚBLICO, João Tordo confirmou: “Vou publicar o meu próximo romance noutra editora”. E frisou que esta sua decisão “não tem nada a ver com o que se passou com Saramago. Estou muito triste, sobretudo pelo Zeferino” Coelho, o editor de sempre do Nobel da Literatura (que morreu em Junho de 2010) e que acompanhou a sua carreira ao longo de 35 anos.

Questionado sobre o porquê da sua saída, Tordo explica que se tratou de uma decisão baseada no “instinto”. “Achei que precisava de uma coisa diferente, nem melhor nem pior, diferente. Uma nova cara, um novo rosto. Um novo input criativo”, diz, sem avançar o nome da sua próxima editora, que deve ser anunciado nas próximas semanas. “Vou publicar com uma editora de que gosto muito, com um catálogo que admiro imenso e achei que seria bom para mim e para a minha carreira”, justifica.

Com o fim da sua ligação à Leya/D. Quixote, os livros de João Tordo editados pelo grupo vão continuar a estar sob a alçada do grupo editorial. “Os contratos estão todos activos”, precisa, “por alguns anos”. Para trás fica também a sua relação com a editora Maria do Rosário Pedreira, que o acompanha desde o início da carreira. “Trabalhei dez anos com a Rosário Pedreira, por quem tenho uma estima e admiração imensa – foi largamente responsável por me tornar escritor.”

Tordo diz que na origem da sua decisão, ponderada nos dois últimos meses, não houve problemas no relacionamento com a Leya – “nada de quezílias, nem incumprimentos; nem motivos financeiros”, estando satisfeito com o “óptimo trabalho de divulgação e venda” da sua obra.

João Tordo venceu o prémio Saramago com As Três Vidas (2008, editado pela Quid Novi) e é autor dos romances O Livro dos Homens Sem Luz (2004, Temas e Debates), Hotel Memória (2007, Quidnovi), O Bom Inverno (2010, Dom Quixote), Anatomia dos Mártires (2011, Dom Quixote) e O Ano Sabático (2013, Dom Quixote). Além de se ocupar também com a tradução, João Tordo participou nas antologias O Homem Que Desenhava na Cabeça dos Outros (2006, Oficina do Livro), Contos de Terror do Homem Peixe, (2007, Chimpanzé Intelectual), Um Natal Assim (2008, Quidnovi), e Contos de Vampiros e Dez Histórias Para Ser Feliz, ambos de 2009 e da D. Quixote.