Assad insiste que a sua prioridade é "a luta contra o terrorismo"

A posição síria exige que o Presidente sírio deixe o poder, mas para ele a conferência Genebra II deve servir para o firmar como um defender da estabilidade no Médio Oriente

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"“Não há um único documento que prove que o Governo sírio tenha cometido [massacres]", afirmou Assad JOSEPH EID/AFP

Enquanto a guerra civil que decorre desde Março de 2011 e já matou pelo menos 130 mil pessoas (vítimas directas da guerra) não dá tréguas, Assad, que está no poder desde Julho de 2000, garante que as suas tropas estão a ter vitórias. “Podemos dizer que fazemos progressos na luta antiterrorista, mas isso não significa que a vitória esteja iminente. Este tipo de luta é complicada, não é fácil e exige muito tempo”, considerou.

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Enquanto a guerra civil que decorre desde Março de 2011 e já matou pelo menos 130 mil pessoas (vítimas directas da guerra) não dá tréguas, Assad, que está no poder desde Julho de 2000, garante que as suas tropas estão a ter vitórias. “Podemos dizer que fazemos progressos na luta antiterrorista, mas isso não significa que a vitória esteja iminente. Este tipo de luta é complicada, não é fácil e exige muito tempo”, considerou.

Por isso Assad, de 48 anos, que sucedeu ao seu pai Hafez al-Assad, que governou durante 30 anos, não hesita na intenção em manter-se no poder.” Considero que nada me impede de candidatar-me. Em resumo, pode-se dizer que há fortes hipóteses de me recandidatar”, afirmou aos repórteres da agência noticiosa francesa que o entrevistaram em Damasco.

Rejeita qualquer acusação de massacres cometidos pelas forças presidenciais contra civis. “O Estado sírio defende sempre os civis. Os vídeos e as fotos confirmam que são os terroristas que cometem massacres”, afirmou o Presidente Assad. “Não há um único documento que prove que o Governo sírio tenha cometido [massacres] desde o início da crise até hoje”, afirmou, seguro de si.

Enquanto a oposição exige que Assad se afaste do poder, o Presidente concentra-se no argumento da “luta contra o terrorismo”, rejeitando qualquer distinção entre rebeldes e jihadistas – que desde há algumas semanas iniciaram uma guerra entre si. “Estamos perante uma única parte na guerra, são organizações terroristas extremistas, independentemente das denominações usadas pelos media ocidentais”, afirma Assad.

Mas Assad age como se as exigências da oposição nem merecessem a sua consideração. Nem a própria oposição, que considera “fabricada” pelos serviços de espionagem estrangeiros. “Vêm até à fronteira por uma meia-hora e depois fogem. Como é que podem integrar o Governo? Um ministro pode exercer as suas funções a partir do exterior? Estas ideias são irrealistas, podem-se considerar uma brincadeira”, afirmou Assad, aludindo ao facto de a oposição funcionar a partir da Turquia.