Autores da morte do soldado Rigby condenados por homicídio qualificado

Sentença deverá ser anunciada em data posterior e pode ser de prisão perpétua.

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Michael Adebolajo declarou-se inocente Reuters

Depois de menos de duas horas de deliberação, os doze jurados consideraram os réus culpados de homicídio qualificado. A sentença, que pode ser de prisão perpétua, deverá ser anunciada numa data posterior pelo juiz. Quanto a uma segunda acusação, de tentativa de assassínio de um polícia, o júri considerou os réus “não culpados”.

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Depois de menos de duas horas de deliberação, os doze jurados consideraram os réus culpados de homicídio qualificado. A sentença, que pode ser de prisão perpétua, deverá ser anunciada numa data posterior pelo juiz. Quanto a uma segunda acusação, de tentativa de assassínio de um polícia, o júri considerou os réus “não culpados”.

Na sala do tribunal, familiares do soldado Rigby, choraram ao ouvir o veredicto. Michael Adebolajo estava abraçado a um exemplar do Corão.

Adebolajo, 29 anos, e Adebowale, de 22 anos, tinham-se declarado inocentes de um homicídio qualificado considerado “bárbaro” pela acusação. Um crime que foi filmado por telemóveis de transeuntes e que chocou o Reino Unido.

O mais velho dos réus declarou em tribunal que estava em “missão” enquanto “soldado de Alá” e “em guerra contra ao Reino Unido”, país que matou muçulmanos no Afeganistão e no Iraque. Adebowale nunca abriu a boca nas sessões do tribunal Old Bailey, em Londres.

Os dois londrinos de origem nigeriana atropelaram com um carro Rigby, que regressava a pé e vestido à civil à caserna no bairro de Woolwich, para depois o esfaquearem e quase a decapitarem com uma catana, sobre o olhar de numerosas testemunhas. Muitas delas filmaram a cena com os telemóveis e chegaram mesmo a filmar Adebolajo a justificar o seu crime – “uma vingança pelos muçulmanos mortos por soldados britânicos” – enquanto segurava uma faca de talho ensaguentada.

Durante o processo, Adebolajo explicou que ele e o seu cúmplice tinham rezado a Alá para que o alvo do seu ataque fosse um soldado e não um civil. Disse “adorar a Al-Qaeda” e considerar como “irmãos” os membros desta organização nebulosa.