Greve geral de cinco dias na Guiné-Bissau

Três meses de salários em atraso levaram centrais sindicais a convocarem protesto.

Foto
O país vive em situação de instabilidade crónica Manuel Roberto/Arquivo

"Decidimos lançar a partir desta segunda-feira um movimento que vai paralisar todo o país até sexta-feira. Há três meses que esperamos pelos nossos salários. Mostrámo-nos abertos ao diálogo, mas em vão. O Governo parece não estar interessado em negociar", disse à AFP o secretário-geral da Confederação Geral dos Sindicatos Independentes (CGSI-GB), Filomeno Cabral.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

"Decidimos lançar a partir desta segunda-feira um movimento que vai paralisar todo o país até sexta-feira. Há três meses que esperamos pelos nossos salários. Mostrámo-nos abertos ao diálogo, mas em vão. O Governo parece não estar interessado em negociar", disse à AFP o secretário-geral da Confederação Geral dos Sindicatos Independentes (CGSI-GB), Filomeno Cabral.

A CGSI-GB, tal como a outra organização que convocou o protesto, a UNTG (União Nacional dos Trabalhadores da Guiné), reúne funcionários públicos e do sector privado.

“Todo o país está parado. O movimento está a ser seguido por mais de 90%, tanto na capital como no interior”, disse Mário Soukouma, da UNTG.

Segundo a agência AFP, os transportes estiveram parados em Bissau, na manhã desta segunda-feira, tal como os serviços administrativos e o comércio. Nos hospitais foram apenas assegurados os serviços essenciais.

O Presidente de transição, Serifo Nhamajo, convocou uma reunião do Conselho Permanente de Concertação Social – órgão ligado à chefia do Estado – para “analisar a situação da greve geral na função pública e iniciar negociações com os responsáveis sindicais”.

Para além do pagamento de salários e subsídios em atraso, as duas centrais sindicais reclamam, segundo a agência PNN, medidas como a regularização de preços dos produtos de primeira necessidade, o cumprimento de acordos com os sindicatos e a convocação regular de reuniões da concertação social.

A Guiné-Bissau vive em situação de instabilidade crónica, com sucessivos golpes de Estado e assassínios políticos, que desestabilizaram a sua economia e permitiram que o país se tornasse plataforma do tráfico de droga entre a América Latina e a Europa. O actual Governo foi instaurado após um golpe de Estado que, em Abril de 2012, depôs o executivo eleito. Estão previstas eleições gerais para Março de 2014.