Há mais cartões de crédito em Portugal, mas a taxa de utilização caiu

Uso de cartões de débito atinge valor mais elevado desde 2008, com subida mais expressiva na faixa etária acima dos 65 anos.

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Maioria dos inquiridos usa cartões de crédito para compras nos supermercados, restauração e viagens Pedro Cunha/Arquivo

“Os [bancos] emissores portugueses aumentaram a intensidade de venda de produtos de crédito. O programa de assistência forçou a desalavancagem da actividade bancária e essa pressão foi aliviada este ano. Os bancos começaram a olhar de novo para produtos de crédito”, explica Paulo Raposo, responsável pela Mastercard em Portugal. No entanto,  taxa de utilização destes cartões - que têm associado um limite máximo de crédito (plafond) previamente estabelecido - tem vindo a descer desde 2008, ano em que chegava aos 74,7%. Em 2011 atingiu o menor valor de sempre (59,6%), recuperando no ano seguinte para 69,1%. Em 2013 voltou a recuar até aos 67,8%.

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“Os [bancos] emissores portugueses aumentaram a intensidade de venda de produtos de crédito. O programa de assistência forçou a desalavancagem da actividade bancária e essa pressão foi aliviada este ano. Os bancos começaram a olhar de novo para produtos de crédito”, explica Paulo Raposo, responsável pela Mastercard em Portugal. No entanto,  taxa de utilização destes cartões - que têm associado um limite máximo de crédito (plafond) previamente estabelecido - tem vindo a descer desde 2008, ano em que chegava aos 74,7%. Em 2011 atingiu o menor valor de sempre (59,6%), recuperando no ano seguinte para 69,1%. Em 2013 voltou a recuar até aos 67,8%.

Ao mesmo tempo, o uso de cartões de débito está disseminado e registou, em 2013, a mais alta utilização desde 2008. De acordo com o estudo, 97,9% dos inquiridos utilizam este sistema de pagamento. “A descida do uso de cartões de crédito, em conjunto com a subida na utilização de cartões de débito pode indicar uma mudança nos hábitos dos consumidores”, lê-se no documento. Paulo Raposo explica ainda que, em 2010, houve uma “transferência de preferência do crédito para o débito”, que se mantém.

Alimentação, restauração, viagens e lazer são os sectores onde se faz o maior número de pagamentos a crédito. A introdução de cartões pré-pagos, como os de refeição dados pelas empresas em alternativa ao subsídio de alimentação, veio “alargar a base de utilização”, acrescenta. A maior parte dos utilizadores são homens, têm entre 55 e 65 anos e são da classe média/alta. Concentram-se na área da Grande Lisboa ou no Litoral Norte.

Cerca de 46,7% dos inquiridos usa o cartão de crédito menos do que uma vez por mês (42,2% em 2012) e 16,7% recorre a este meio de pagamento uma ou mais vezes por semana (19% o ano passado).

Já nos pagamentos com cartões de débito, não há grandes alterações substanciais nos hábitos de utilização ou penetração de mercado. “É uma preferência absoluta e onde Portugal está próximo da plenitude. Cerca de 88,2% dos inquiridos com mais de 15 anos usam. Entre os 25 e os 34 anos a taxa de utilização geral é de 100”, descreve Paulo Raposo.

Há, contudo, um dado novo: na faixa etária acima dos 65 anos a penetração do cartão de débito subiu de 67,6% para 72,5%. O envelhecimento da população ajuda a explicar este resultado, além de um maior número de população jovem que emigrou, diz.

Os cartões são um hábito enraizado em Portugal, mas para o responsável pela Mastercard ainda há espaço para crescer. “Em 60% das transacções o dinheiro prevalece”, ilustra, acrescentando que o crescimento dos pagamentos online e as novas soluções para transacções, sem recurso aos tradicionais terminais, também poderão potenciar o uso de cartões e novas soluções como o MasterPass, um serviço digital para pagar online que a empresa vai lançar em 2014 em Portugal.