PS diz que ministro da Educação não tem condições para continuar em funções

Para a deputada Odete João, Nuno Crato está a “levar o país a uma situação de calamidade" no plano educativo.

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Já na quarta-feira o Bloco de Esquerda pedira no Parlamento a demissão de Nuno Crato Daniel Rocha

Esta posição foi transmitida pela vice-presidente da bancada socialista Odete João, a meio da reunião do Grupo Parlamentar do PS, depois de questionada sobre se o partido subscreve o pedido de demissão de Nuno Crato feito pelo Bloco de Esquerda, na quarta-feira, no Parlamento.

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Esta posição foi transmitida pela vice-presidente da bancada socialista Odete João, a meio da reunião do Grupo Parlamentar do PS, depois de questionada sobre se o partido subscreve o pedido de demissão de Nuno Crato feito pelo Bloco de Esquerda, na quarta-feira, no Parlamento.

"Neste momento, o ministro não tem condições para continuar. Em 2009 houve resultados excelentes na educação, em 2012 garantiram-se esses resultados, provando que o rumo que estava a ser seguido era o correto", declarou Odete João, numa alusão aos mais recentes dados do relatório PISA.

De acordo com a vice-presidente da bancada socialista, Nuno Crato "tem dado cabo de todo o sistema de ensino" público em Portugal.

"Desmantela a escola pública, aumenta o número de alunos por turma, reduz os apoios às escolas, retira autonomia às escolas", numa lógica de escola pública destinada "a pobres", acusou a vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS.

Odete João disse mesmo que "o ministro Nuno Crato já deu provas de estar a conduzir [o país] para o rumo errado em matéria de educação, destruindo uma escola inclusiva que os governos PS estavam a construir e um conjunto de programas que garantiam melhores resultados".

"O PISA é disso prova — um programa internacional, que avalia de forma idónea as condições [de aprendizagem] na leitura, na matemática e na ciência", declarou a dirigente do Grupo Parlamentar do PS.

Interrogada sobre a necessidade de se alterar o Estatuto da Carreira Docente para possibilitar que professores contratados com cinco anos de serviço fiquem isentos da prova de avaliação de conhecimentos e capacidade, que está marcada para o próximo dia 18, a vice-presidente da bancada socialista preferiu destacar um alegado "recuo" de Nuno Crato.

"O PS está contra a forma e o modo como o Governo regulamentou as provas de avaliação. Ao abrir-se a possibilidade de apenas os professores com menos de cinco anos fazerem essa prova, significa um recuo claro, porque se estava numa situação insustentável. Entendemos que o consenso possível estabelecido com os sindicatos em anos anteriores, durante os governos do PS, deveriam ter sido mantidos", sustentou.

De acordo com a deputada do PS, o relatório PISA demonstra que "as políticas seguidas pelos governos socialistas estavam no rumo certo".

"Temos menos alunos com pior desempenho e os sucessivos governos do PS tentaram limar as dificuldades que existiam no sistema educativo com programas de acção para a matemática, para a leitura e um conjunto de apoios destinados aos alunos com maiores dificuldades. Esse rumo permitiu a Portugal atingir melhor desempenho na avaliação internacional. Por isso, convidamos o ministro da Educação a reflectir sobre estes resultados, que antes foram desvalorizados pelo PSD e pelo CDS", referiu a deputada socialista.

Odete João considerou depois que o ministro da Educação "está a destruir o rumo antes traçado e a levar o país a uma situação de calamidade" no plano educativo.